PORTUGAL Seria "injusto" Bruxelas não reconhecer esforço de anterior governo
PORTUGAL
Seria
"injusto" Bruxelas não reconhecer esforço de anterior governo
O
Presidente da República considerou hoje "muito injusto" que Bruxelas
venha agora dizer que o anterior Governo não fez tudo o que podia fazer para cumprir
a meta de 3% do défice.
Lusa MARCELO REBELO DE SOUSA POR LUSA
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"Presto homenagem ao Governo anterior. Acho que o Governo anterior fez tudo aquilo que Bruxelas
achava que era necessário fazer para cumprir a meta do défice e acho muito
injusto que venha agora Bruxelas dizer que o Governo anterior não se empenhou e
não fez tudo o que podia fazer para que essa meta fosse atingida",
declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.
O
Chefe de Estado falava durante as Comemorações do Dia Paralímpico, no Terreiro
do Paço, na qual estiveram ainda presentes, entre outros, o presidente da
Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.
Marcelo
Rebelo de Sousa congratulou-se com o facto de existir "consenso
nacional" em apelar para que Bruxelas não aplique sanções a Portugal, observando
que todos os partidos o têm feito.
Indicou
ainda que o atual Governo, liderado por António Costa, está "a fazer tudo
para explicar (a Bruxelas) o que se passou no tempo do outro Governo".
"É
um bom exemplo de convergência nacional", salientou.
Quanto
ao valor do défice, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que, tirando o Banif, o
défice falado seria "ligeiramente acima dos 3%", com Bruxelas a falar
de 3,2%, mas que "não faz sentido nenhum" Bruxelas aplicar sanções a
Portugal por causa de 0,2 pontos percentuais.
O
Presidente da República entende que Bruxelas tem o dever de "reconhecer o
papel do povo português ao longo dos quatro anos" e "dar um sinal de
que percebe o que foi o sacrifício do povo português".
Entretanto,
esta semana, a Comissão Europeia negou ter decidido propor sanções a Portugal e
Espanha no quadro dos Procedimentos por Défice Excessivo, reiterando que as
decisões sobre o cumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento só serão
tomadas na próxima semana.
No
mesmo dia, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou, em entrevista à SIC,
que se baterá contra qualquer tentativa de a Comissão Europeia impor sanções a
Portugal, alegando que as considera "injustas", apesar de estar em
análise o período entre 2013 e 2015.
Também
o ministro das Finanças, Mário Centeno, considerou que o país não deveria ser
sujeito a qualquer sanção.
"Estamos
a trabalhar com a Comissão Europeia para explicar as razões pelas quais,
obviamente, pensamos que o país na situação em que está de alteração das suas
condições de crescimento não deveria ser sujeito a nenhuma sanção", disse,
em 13 de maio.
Portugal
deveria ter colocado o défice abaixo do limiar dos 3% do PIB em 2015, mas de
acordo com os dados validados pelo gabinete oficial de estatísticas da UE, o
Eurostat, o défice orçamental de Portugal foi no final do ano passado de 4,4%,
incluindo o impacto orçamental da medida de resolução aplicada ao Banif, que
valeu 1,4% do PIB.
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