VATICANO «A alegria do Amor» por HUGO ANES
VATICANO «A alegria do Amor» por HUGO ANES
melhorar a preparação para o Matrimónio é aposta da Igreja após o Sínodo
Francisco apela a «maior empenhamento» das paróquias
para evitar as «crises conjugais».
«A Alegria do Amor» por HUGO ANES
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Ao longo de dois anos os
Bispos de todo o mundo escutaram activamente e fizeram muitas e variadas
perguntas sobre a vida real das famílias. No passado dia 8 de Abril, foi
publicada a Exortação Apostólica “Amoris Laetitia” (A Alegria do Amor), do Papa
Francisco, a qual revela conclusões do Sínodo dos Bispos sobre a Família. Um
dos ensinamentos que aí encontramos é o de que as famílias não aparecem feitas,
as relações nunca estão acabadas e o amor é uma construção permanente. Segundo
o Santo Padre, todas as relações familiares vivem numa espécie de estaleiro
contínuo. Mesmo quando os filhos estão crescidos e os pais são idosos, a
família permanece em construção.
E para que a edificação
das famílias seja forte e robusta, o Papa Francisco desafia a Igreja Católica a
preparar e acompanhar melhor as pessoas ao longo do Matrimónio. “A complexa
realidade social e os desafios que a família é chamada a enfrentar actualmente,
exigem um maior empenhamento de toda a comunidade cristã na preparação dos
noivos”, exige a exortação pós-sinodal “A Alegria do Amor”. É preciso ajudar os
jovens a descobrir o valor e a riqueza do Matrimónio”, escreve o Papa. E neste
sentido o texto convida a aprofundar os motivos que levam as pessoas a querer
casar pela Igreja. “Não há nada mais volúvel, precário, e imprevisível do que o
desejo; nunca se deve encorajar uma decisão de contrair Matrimónio se não se
aprofundarem outras motivações que confiram a este pacto reais possibilidades
de estabilidade”, pode ler-se. Segundo o Papa, a decisão de casar e formar uma
família deve ser fruto de um discernimento vocacional.
Francisco admite que a
Igreja católica não tem feito um “bom acompanhamento dos jovens casais” nos
seus primeiros anos de casamento, faltando “propostas adaptadas aos seus
horários, à sua linguagem, às suas preocupações mais concretas”.
O texto papal contrapõe o
sacramento do Matrimónio à “cultura do provisório”. “Quem está enamorado não
projecta que essa relação possa ser apenas por um certo tempo; quem vive
intensamente a alegria de se casar não está a pensar em algo de passageiro”, assinala.
A exortação sublinha a
importância da preparação “remota” para o casamento, a partir do exemplo dos
próprios pais, da preparação “próxima” da celebração e do “acompanhamento dos
casais”, para que os noivos não considerem o Matrimónio o fim do caminho.
O documento convida também
a comunidade católica, a começar pelos sacerdotes, a valorizar a celebração do
Matrimónio, onde se encontram muitas pessoas que habitualmente não vão à
igreja.
O Papa deixa vários
desafios às paróquias, a este respeito, pedindo que se promovam “reuniões de
casais vizinhos ou amigos, breves retiros para casais, conferências de
especialistas”, entre outras iniciativas. A pastoral familiar deve ser
fundamentalmente missionária, em saída, por aproximação, em vez de ser uma
fábrica de cursos a que poucos assistem”, defende.
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