ERITREIA / perseguição aos cristãos Dezenas de cristãos presos pelas autoridades nas últimas semanas

ERITREIA / perseguição aos cristãos
Dezenas de cristãos presos pelas autoridades nas últimas semanas
Pelo menos 150 cristãos eritreus foram presos pelas autoridades nas últimas semanas, sendo que as mais recentes detenções ocorreram na semana passada, a 18 de Agosto, em Godayef, perto do aeroporto da capital, Asmara.
Segundo o World Watch Monitor, esta onda de prisões teve início em Junho quando cerca de sete dezenas de membros de uma igreja evangélica foram também detidos na cidade de Keren.
A Eritreia esteve no centro da actualidade noticiosa em Junho com o encerramento de alguns centros de saúde ligados à Igreja e a expulsão, também, de algumas religiosas que trabalham nessas estruturas.
Ao todo, as autoridades da Eritreia encerraram 21 unidades hospitalares administradas pela Igreja Católica, o que fez crescer o temor de se estar efectivamente perante uma onda de repressão contra a comunidade cristã neste país. O encerramento das estruturas hospitalares deixou cerca de 170 mil pessoas sem atendimento e motivou um forte protesto por parte da hierarquia da Igreja Católica.
Numa carta enviada então ao ministro da Saúde da Eritreia, Amna Nurhusein, os quatro bispos da Eritreia referem que o encerramento dessas unidades de saúde, algumas com mais de 70 anos de actividade – foi um acto “profundamente injusto”.
Soldados do governo, recorde-se, confiscaram os centros de atendimento médico administrados pela Igreja Católica e forçaram os pacientes a levantar as suas camas e a deixarem as unidades de saúde. No conjunto o governo interditou 3 hospitais, dois centros de saúde e 16 clínicas.
Na referida carta, os quatro bispos da Eritreia afirmam que “privar a Igreja de cuidar dessas instituições é minar a sua própria existência e expor os seus trabalhadores à perseguição religiosa”, declarando que a Igreja Católica não entregará as instalações nem os respectivos equipamentos “de livre e espontânea vontade”.
Fonte da Igreja contactada então pela Fundação AIS afirmava que o governo da Eritreia fechou estas unidades de saúde porque quer ser o único prestador de assistência médica no país. Estes incidentes voltam a colocar a Eritreia – conhecida como a Coreia do Norte de África, por ser um regime particularmente repressivo – no centro das preocupações no que diz respeito à liberdade religiosa.
Recorde-se que, em Janeiro de 2018, o Departamento de Estado Norte-Americano colocou a Eritreia na lista dos “Países de Especial Preocupação” por causa precisamente das graves violações da liberdade religiosa, ocorridas no país.

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