PORTUGAL Uma Igreja mais ousada e uma sociedade sem preconceitos
Bispo de Coimbra quer cristãos mais activos e
dinâmicos com «palavra esclarecida e firme»
Grupo Missionário João Paulo II |
Portugal está cheio de preconceitos em
relação à fé”, considera D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra, animado pelo
espírito vivido no Brasil, depois da Jornada Mundial da Juventude e de uma
semana de missão, em Chapadinha.
O bispo de Coimbra considera que Portugal
“está cheio de preconceitos em relação à fé e sofre ainda as influências de
um laicismo militante característico de uma ideologia historicamente
antiquada”, depois de participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio
de Janeiro, no Brasil e ouvir as mensagens e os desafios que o Papa Francisco
lançou para todos sem exceção.D. Virgílio Antunes, em entrevista enviada à
Agência ECCLESIA, explicou que dos desafios à sociedade portuguesa espera-se
que “se desprenda” do passado e se “torne” plural, livre e “democrática”.
Por sua vez, da Igreja espera-se que
seja evangelizadora “de forma muito mais ativa e dinâmica” e que apresente
uma palavra “esclarecida e firme”.
“Que abra perspetivas de futuro e que o
seu testemunho de proximidade e caridade seja distintivo de identidade”,
acrescentou o bispo diocesano.
Da observação e meditação sobre as
palavras e atos de Francisco durante a JMJ, o bispo explicou que a Igreja
“pôde conhecer melhor” o Papa e que no Rio de Janeiro ele apresentou a
“experiência de fé, a sua maneira pessoal de ser, a força da sua palavra e do
seu testemunho, simples e autênticos”.
Para D. Virgílio Antunes a reduzida
participação portuguesa na JMJ prendeu-se com “dificuldades económicas” e com
“alguma falta de entusiasmo instalada”.
Para o bispo da diocese de Coimbra da
JMJ surgem dois desafios: o primeiro é ajudar os jovens “a encontrarem razões
de esperança” nas realidade em que vivem, localizadas em Portugal e na Europa
e depois que aceitem a “fé cristã como realidade” que provoca mudanças de
“atitudes” agora.
Depois do Rio de Janeiro, D. Virgílio
Antunes dirigiu-se para o nordeste do Brasil e encontrou-se com seis jovens
da sua diocese que dedicam-se à missão, através do Grupo Missionário João
Paulo II, em Chapadinha, no Maranhão.
Desta experiência o bispo de Coimbra
recorda uma outra face da sociedade e da Igreja, “o rosto pobre do ponto de
vista material mas extremamente rico de juventude, de alegria de viver, de
esperança e de confiança em Deus”.
Esta realidade contrasta com a sociedade
portuguesa, mais “envelhecida e decadente”, mas revela que “há regiões do
planeta em crescimento” onde o futuro é encarado com esperança, mesmo que
“demasiado dependente dos missionários estrangeiros”.
Para o prelado, a América Latina “é o
continente da fé cristã”, por isso, vai ter um lugar “fundamental” na missão
evangelizadora da Igreja.
Na Europa, e do que vivenciou,
acrescenta que a pastoral tem de ser “mais ousada, direta e explícita” nas
suas propostas sobre o “lugar” da fé e de Deus na vida das pessoas, das
famílias e da sociedade.
D. Virgílio Antunes conclui explicando
que a Igreja se dedica a muita atividade que “não é pastoral” e que é
necessário abranger a pessoa “no seu todo”: a pastoral “tem de estar ao
serviço do encontro pessoal e comunitário com Cristo” através da oração, da
escuta da Palavra, da liturgia e dos sacramentos.
LM/CB/LS
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