LISBOA HOSPITAL SANTA MARIA: Corrupção e interesses pessoais dominam no hospital
LISBOA
HOSPITAL SANTA MARIA: Corrupção e interesses pessoais dominam no hospital
Última atualização a 27 MAI 15 às 08:52,
Publicado a 27 MAI 15 às 08:06
Retrato é feito
num estudo que fala em corrupção. Amigos e familiares passam à frente nas
listas de espera. E médicos que encaminham doentes para os seus laboratórios
privados.
Um estudo feito
nos últimos dois anos e promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos
(FFMS) concluiu que o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, está dominado por
interesses pessoais e pela "pequena corrupção".
A situação já foi,
contudo, mais grave. A investigação "Valores, Qualidade Institucional e
Desenvolvimento em Portugal" avaliou o funcionamento de seis entidades
(Autoridade Tributária; EDP; ASAE; CTT; Bolsa de Valores; e Santa Maria) e
concluiu que, ao nível da corrupção, a situação é particularmente preocupante
naquele hospital público.
Global
Imagens/Reinaldo Rodrigues
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O relatório, a que
a TSF teve acesso, diz mesmo que "há dez anos a situação estava fora de
controlo, não havendo registos de utilização do equipamento e verificando-se
roubos regulares, por parte de médicos e de outro pessoal, que se serviam a seu
bel-prazer dos armazéns do hospital para fornecer as suas clínicas
privadas".
O estudo sobre o
hospital Santa Maria foi feito por Sónia Pires, doutorada pelo Instituto
Universitário Europeu, e baseou-se em mais de 30 entrevistas. Concluiu-se ainda
que, há dez anos, "as condições deterioraram-se a um ponto que se ponderou
o fecho do hospital". "O nível de corrupção era tal que o novo
presidente do hospital e a sua família tiveram várias ameaças de morte,
passando a ser acompanhados por escolta policial durante algum tempo".
A investigação diz
que apesar do anterior retrato negro, "atualmente as condições melhoraram
e as situações de grande corrupção são coisa do passado". No entanto, há
"pequenos atos" que são "prática comum". Por exemplo,
"troca de favores" em que "se passa à frente, nas listas de
espera, amigos e familiares"; ou casos em que o médico assistente
"canaliza os pacientes que têm de fazer análises para laboratórios
privados dos quais é sócio". Nuno Guedes
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