PORTUGAL Testemunho «Lutei contra Deus e perdi a batalha»

PORTUGAL
Testemunho
«Lutei contra Deus e perdi a batalha»
Texto Francisco Pedro | Foto DR | 05/05/2015 | 10:25
Adelino Ascenso nasceu na freguesia do Souto da Carpalhosa, 
no concelho de Leiria, em outubro de 1954. Entrou no seminário
 aos 37 anos e foi ordenado sacerdote aos 43. É doutorado em 
Teologia Fundamental, tem trabalhado no Japão e, recentemente, 
foi eleito Superior Geral dos Missionários da Boa Nova 

 FÁTIMA MISSIONÁRIA Entrou para o seminário aos 37 anos. O que leva uma pessoa com esta idade a concluir que o seu caminho é o sacerdócio? 

Adelino Ascenso Necessidade de entrega total. Quando tinha 11 anos, a minha professora sugeriu que eu desse entrada no Seminário Menor em ordem a seguir o caminho para o sacerdócio. Recusei perentoriamente. Foi aí que começou a minha vocação. Ao longo de 25 anos, «lutei contra Deus», mas, felizmente, perdi a batalha e entrei no Seminário com 37 anos de idade. 

FM Trabalha no Japão desde que foi ordenado. O diálogo inter-religioso é um dos seus projetos pastorais? 

AA O diálogo inter-religioso tem sido um dos meus projetos pastorais. Tenho desempenhado as funções de sacerdote responsável pelo diálogo inter-religioso da Arquidiocese de Osaka, cargo que deixei em finais de março, para regressar a Portugal. 

FM O que mais o fascina na sua vida de consagrado? 

AA A entrega gratuita. 

FM O Papa Francisco tem pedido uma Igreja em saída, mais missionária e mais próxima dos pobres. Revê-se neste apelo do Santo Padre no trabalho que está a desenvolver em Osaka? 

AA Sim, certamente. A Igreja terá de ser mais missionária e mais próxima dos pobres. No entanto, há que ter em conta o facto de que há vários tipos de pobreza, o que, no Japão, é claramente demonstrado através da alta taxa de doentes com depressão e de suicídios. 

FM Enquanto Superior Geral dos Missionários da Boa Nova o que pensa fazer para despertar o sentido missionário e vocacional em Portugal? 


AA Sabemos que o «partir» é a tónica fundamental de qualquer missionário. Este «partir» implica, em primeiro lugar, uma saída de si mesmo. Isso significa que deveremos permitir sempre que novas conceções e convicções nos ajudem a uma constante revisão da nossa forma de encontrar o outro. Gostaria que a Sociedade Missionária da Boa Nova – como Sociedade de Vida Apostólica – pudesse dar o seu contributo para despertar o sentido missionário do «partir», sempre em comunhão com as Igrejas locais, tanto em Portugal como nos nossos outros campos de missão. Simultaneamente, tendo em conta o facto de que a SMBN foi fundada pelo Papa Pio XI, em 1930, respondendo ao apelo dos bispos portugueses, procuraremos realçar a nossa relação profunda com a Igreja portuguesa, apresentando a nossa disponibilidade para o que nos seja solicitado, conquanto esteja dentro das nossas forças. In FATIMA MISSIONÁRIA Maio 2015

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