PORTUGAL CARLOS COSTA nomeado Governador do Banco de Portugal
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CARLOS COSTA nomeado Governador do Banco de
Portugal
CARLOS COSTA GOVERNADOR DO bANCO DE PORTUGAL |
PSD: “Carlos Costa foi exemplar dentro dos
condicionalismos que existiam”
28/5/2015 8, 18:21
O PSD considera natural a recondução de Carlos Costa e
partiu para a defesa do governador do Banco de Portugal, alguém que "foi
exemplar dentro dos condicionalismos que existiam".
O deputado do PSD, Carlos Abreu Amorim, atacou o PS
MÁRIO CRUZ/LUSA
O PSD “encara com naturalidade” a renomeação de Carlos
Costa e “reconhece o mérito e a coragem” do governador do Banco de Portugal “num
período extremamente difícil” do país. Foi desta forma que Carlos Abreu
Amorim, coordenador dos deputados do PSD na comissão de inquérito ao BES,
reagiu às críticas em torno da recondução de Carlos Costa.
Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, Carlos
Abreu Amorim classificou como “exemplar” a atuação de Carlos Costa, atendendo
aos “condicionalismos” que existiam e que levaram à queda do banco. “Carlos
Costa foi único a fazer frente e a ter dito não” a Ricardo Salgado, começou por
dizer o deputado social-democrata, para depois acrescentar que o governador do
Banco de Portugal revelou sempre “coragem” e “honestidade” em todo o processo.
No entanto, esta nem sempre foi a posição de Carlos Abreu
Amorim. Durante as primeiras semanas de comissão de inquérito, o deputado
social-democrata defendeu a
necessidade de esclarecer a contradição entre as declarações sobre o poder do
supervisor para retirar a idoneidade ao ex-presidente do BES e insistiu na
necessidade de Carlos Costa ser novamente ouvido no Parlamento.
Em novembro, depois de uma entrevista de Passos Coelho à
RTP, onde o primeiro-ministro afirmou que o que tinha acontecido no BES não era
“resultado de má supervisão”, mas sim de “má gestão do banco”, os
social-democratas acabaram por inverter a sua posição. Um dia depois dessa
entrevista, em declarações ao Observador, o coordenador do PSD veio clarificar
a sua leitura dos acontecimentos: “É óbvio que o governador foi a única pessoa
que conseguiu fazer frente a um dos poderes instalados nas últimas décadas” em
Portugal e que vai ‘entrar na história bancária’ por causa da intervenção no
BES”.
Uma mensagem repetida esta quarta-feira. Carlos Abreu
Amorim reconheceu que neste dossier “não podemos ilibar quem quer que seja”,
mas insistiu na tese de que Carlos Costa fez tudo o que podia com a informação
que dispunha e, por isso, a sua recondução no cargo era uma “questão de
bom-senso”.
Da defesa de Carlos Costa, o deputado social-democrata
partiu para o ataque ao PS, que, horas antes, pela voz de Pedro Nuno Santos,
tinha dito que esta era a “nomeação de um governador mais partidarizada de
sempre”. Ora, Carlos Abreu Amorim fez questão de lembrar que Carlos Costa tinha
sido uma escolha do PS e, antes dele, Vítor Constâncio, ex-secretário-geral
socialista, tinha ocupado o cargo durante a crise do BPN. “Essa sim foi uma
nomeação partidarizada”, acusou o social-democrata.
Já para o Bloco de Esquerda, a nomeação de Carlos Costa
significa que Passos Coelho conseguiu implementar “um projeto de direita em
Portugal” ao ter “um Presidente, um Governo, uma maioria e também o governador
do Banco de Portugal” para assim “controlar o sistema financeiro”, acusou a
deputada Mariana Mortágua.
Aos jornalistas, a deputada considera ainda que Carlos
Costa é um “testa-de-ferro” do Governo e que a sua renomeação foi uma “recompensa
política” e um “prémio” por ter sido o Banco de Portugal a ficar com a
responsabilidade da queda do BES e da decisão de resolução do banco e não o
Governo. Para a deputada Mariana Mortágua, a recondução é “um prémio político
que o primeiro-ministro dá, apesar das opiniões do PSD e do CDS na comissão de
inquérito” e por o Governo “não estar a ser responsabilizado pelos erros” no
caso do BES.
A deputada bloquista lembrou que o relatório da comissão
de inquérito apontou erros ao Banco de Portugal na gestão do BES e que a
posição do PSD e do CDS mostram que houve um “recuo estratégico” dos partidos
da maioria para acompanharem uma decisão “que se percebe que é tomada
unilateralmente pelo primeiro-ministro”.
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