TURQUIA Declarações do papa sobre genocídio de arménios são "infundadas"
TURQUIA
Declarações do papa sobre genocídio de
arménios são "infundadas"
O ministro dos
Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, considerou hoje
"infundadas" e "longe da realidade histórica" as
declarações do papa, que classificou de "genocídio" o massacre dos
arménios pelas forças otomanas durante a I Guerra Mundial.
Reuters
"A
declaração do papa, que está longe da realidade jurídica e histórica, não pode
ser aceite", afirmou Cavusoglu, numa mensagem na rede social Twitter.:
Papa
descreve como genocídio o massacre contra os arménios no início do século XX
Turquia
convoca núncio para explicar uso da palavra ´genocídio'
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"As
autoridades religiosas não são lugares para incitar ressentimento e ódio com
alegações infundadas", acrescentou o governante turco.
O papa Francisco
utilizou hoje a palavra "genocídio" para falar do massacre dos
arménios há 100 anos, uma referência que pode perturbar as suas relações
diplomáticas com a Turquia.
"No século
passado, a nossa família humana passou por três tragédias sem precedentes. A
primeira, que foi largamente considerada como 'o primeiro genocídio do século
XX', atingiu o povo arménio", declarou Francisco numa missa na basílica de
São Pedro, em Roma, durante a qual citou um documento assinado em 2000 pelo
papa João Paulo II e pelo patriarca arménio.
"As duas
outras [tragédias humanas] foram praticadas pelo nazismo e pelo estalinismo. E
mais recentemente [houve] outros extermínios de massa, como no Camboja, Ruanda,
Burundi ou Bósnia", acrescentou, citado pelas agências internacionais de
notícias.
As declarações do
papa foram feitas na abertura de uma missa em memória dos arménios massacrados
entre 1915 e 1917, concelebrada com o patriarca arménio e na presença do
Presidente da Arménia, Serzh Sargsyan.
Segundo a agência
France Presse, mesmo que o papa João Paulo II tenha usado o termo
"genocídio" no documento assinado em 2000 com o patriarca arménio,
trata-se da primeira vez que um papa o utiliza publicamente ao falar do
massacre dos arménios no início do século passado.
A Arménia estima
que 1,5 milhões de arménios tenham sido mortos entre 1915 e 1917, no final do
império otomano, com vários historiadores e muitos países a terem já
reconhecido o genocídio.
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