ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Ataque em boate gay deixa 50 mortos em Orlando, nos EUA
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Ataque em boate gay deixa 50 mortos em Orlando, nos EUA
É o pior ataque a tiros da história dos Estados
Unidos, dizem agências.
Atirador, identificado como Omar Saddiqui
Mateen, foi morto pela polícia.
Do G1, em São Paulo 12/06/2016 11h26 - Atualizado em 12/06/2016 22h02
Autoridades de Orlando, nos EUA, afirmaram
neste domingo (12 junho) que 50 pessoas morreram e outras 53 ficaram feridas no ataque a uma boate voltada ao público LGBT.
O número de mortos faz do acto o pior ataque a tiros da história dos Estados Unidos.
O último com proporções comparáveis foi o massacre de 2007 na universidade Virginia Tech,
que deixou 32 mortos, segundo a Reuters. Este é o pior massacre terrorista em
solo americano, depois do 11 de setembro.
Ao lado de representantes da polícia local, do
FBI e de um líder muçulmano, o prefeito da cidade, Buddy Dayer, lamentou dar a
notícia de que o número de mortos na casa noturna Pulse era maior que o
estimado anteriormente. "Há sangue por todo lado", disse.
TIROTEIO EM ORLANDO
O atirador morreu durante a troca de tiros com
a polícia. O FBI confirmou no início da tarde a identidade do suspeito: Omar Saddiqui Mateen. Tinha
29 anos e era um cidadão norte-americano, filho de pais afegãos.
De acordo com as autoridades, na última semana,
o suspeito comprou legalmente duas armas de fogo – uma pistola e uma arma de
cano longo.
O agente do FBI Ronald
Hopper disse em reunião de imprensa ter recebido informações de que, antes do
ataque, Mateen ligou para o número de emergência 911 e disse ser leal ao Estado
Islâmico.
O suspeito já havia sido investigado porque
havia citado possíveis ligações com terroristas a colegas de trabalho.
Apesar das investigações passadas, Omar
Saddiqui Mateen não estava sendo investigado actualmente e não estava sob
observação do FBI. Não há, por enquanto, evidências de que ele tenha sido
treinado ou orientado pelo Estado Islâmico, segundo a rede "CNN".
Mais cedo, uma agência de notícias ligada ao
Estado Islâmico afirmou que o ataque foi realizado por um "combatente" do
grupo, sem fazer referência à identidade de Mateen. O senador da
Flórida Bill Nelson disse que não está confirmado que o grupo tenha assumido a
responsabilidade pelo ataque.
Em entrevista ao canal de TV "NBC", o
pai do suspeito descartou motivações religiosas para o ataque e citou
comportamentos homofóbicos. "Isto não tem nada a ver com a religião",
disse Seddique Mateen, acrescentando que seu filho ficou transtornado, há mais
ou menos dois meses, quando viu dois homens se beijando durante uma viagem a
Miami.
A ex-mulher de Mateen disse ao "Washington
Post" que ele era violento, mentalmente instável e batia nela
constantemente enquanto eles eram casados. Os dois ficaram juntos por 4 meses e
não se falavam há mais de 7 anos.
Possível terrorismo
Segundo o presidente Barack Obama, tratou-se de "um acto de terror e
ódio". Ele disse que o FBI investiga o caso como
terrorismo, mas reforçou que as motivações do atirador ainda não estão claras.
O FBI trata o massacre como um possível ataque
terrorista doméstico, considerando que o suspeito poderia ter
"inclinação" pelo terrorismo islâmico.
O governador da Flórida, Rick Scott, disse que,
pelo número de vítimas, o ataque é "claramente um ato de terror".
Investigadores do escritório do legista analisam o lado oeste da boate
Pulse, onde um atirador abriu fogo neste domingo (12), em Orlando (Foto: Doug
Clifford/The Tampa Bay Times via A)
A polícia de Orlando informou que foi
chamada por volta das 2h (3h de Brasília) e, quando agentes chegaram à boate
Pulse, houve troca de tiros do lado de fora e o atirador voltou para dentro e
fez reféns por algumas horas.
"Às 5h nesta manhã, foi tomada a decisão
de resgatar as vítimas mantidas reféns dentro do local. Nossos policiais
trocaram tiros com o suspeito. O suspeito está morto", disse o chefe de
polícia de Orlando, John Mina.
Para entrar na casa noturna, a polícia realizou
uma "explosão controlada" com ajuda de uma equipe da Swat. Ao menos
um policial ficou ferido na troca de tiros com o agressor, mas a ação da
polícia salvou ao menos 30 vidas, disse Mina.
Não ficou claro quando as vítimas dentro do
clube morreram, se foi antes, durante a tomada de reféns ou no confronto entre
o atirador e a polícia.
O suspeito portava um rifle AR calibre .223 e
uma pistola 9mm semiautomática, além de um "dispositivo suspeito" não
identificado nele. O Corpo de Bombeiros deslocou uma equipe de desactivação de
artefactos explosivos, indicou o jornal local "Orlando Sentinel".
A boate Pulse é uma das casas noturnas mais
emblemáticas da causa da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e
transexuais) na Flórida e nos Estados Unidos. O estabelecimento foi fundado em
2004 e faz parte de uma rede comunitária dinâmica na Flórida para
"despertar as consciências" sobre a homossexualidade nos Estados
Unidos e no mundo.
Grupo lamenta ataque a boate em Orlando ( Foto: Steve Nesius/Reuters) |
Relatos da Pulse
"Por volta das 2h, alguém começou a
atirar. As pessoas se jogaram no chão", contou um dos frequentadores,
Ricardo Negron, à "Sky News". A testemunha disse ter ouvido disparos
contínuos por quase um minuto, embora tenha parecido muito mais. "Havia sangue por toda a parte", disse outra
testemunha.
Havia sangue por toda a parte"
Testemunha do ataque
Javier Antonetti, de 53 anos, disse ao jornal
Orlando Sentinel que estava perto da parte dos fundos da boate quando ouviu
tiros. "Houve tantos (tiros), ao menos 40", disse.
Rosie Feba estava com uma amiga quando os
disparos começaram. "Ela me disse que alguém estava atirando. Todo mundo
se jogou no chão", contou ao jornal "Orlando Sentinel".
"Disse a ela que não acreditava, achei que fosse parte da música, até que
vi fogo saindo da arma."
A boate Pulse, que se apresenta em seu site
como "o bar gay mais quente de Orlando", publicou no Facebook uma
última mensagem urgente: "Todos saiam da Pulse e continuem correndo".
"Assim que tivermos informações, os
atualizaremos. Por favor, tenham todos em suas orações enquanto enfrentamos
este trágico evento. Obrigada por seus pensamentos e amor", acrescentou o
clube em outra mensagem.
Na tarde deste domingo, a polícia começou a
divulgar os nomes das vítimas.
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