PENA DE MORTE Bruxelas: Nenhum país com pena de morte poderá ser membro da UE
PENA
DE MORTE
Bruxelas: Nenhum país com pena de morte
poderá ser membro da UE
A
chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, avisou hoje, em
Bruxelas, que nenhum país se tornará membro do espaço comunitário, se
introduzir a pena de morte.
MUNDO TURQUIA18.07.2016 POR LUSA |
"Vou
ser muito clara, nenhum país se tornará um estado-membro da UE se introduzir a
pena de morte. É muito claro. É um ponto-chave", afirmou a comissária, em
resposta a uma questão, em conferência de imprensa, sobre eventuais impactos
nas negociações de uma eventual reposição da pena de morte na Turquia.
O
aviso de Mogherini surgiu depois de o Presidente turco, Recep Erdogan, ter
colocado a hipótese de repor a pena de morte no país, na sequência de uma
falhada tentativa de golpe de Estado e como forma de punir os envolvidos nos
acontecimentos de sexta-feira.
Ao
lado do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, Federica Mogherini
lembrou que a Turquia é membro do Conselho da Europa, que, por seu lado,
assenta na convenção dos Direitos Humanos que recusa a pena de morte.
A
responsável indicou também a necessidade de as "legítimas instituições
turcas sejam protegidas", referindo que a ordem constitucional e o Estado
de direito terão de continuar a ser observados, assim como a necessidade de
serem respeitados os direitos humanos e as liberdades fundamentais.
"Uma
tentativa de golpe de Estado não é desculpa", avisou a italiana,
garantindo que a UE será "extremamente vigilante", não só "pelo
bem da Europa, mas pelo bem também da Turquia e dos turcos".
Em
Bruxelas, onde participou num pequeno-almoço de trabalho com os seus homólogos
dos 28, Kerry afirmou, por seu lado, que a NATO também acompanha, de forma
muito próxima, a situação na Turquia.
"Como
já foi dito, o nível de vigilância e de escrutínio vai ser muito alto",
rematou.
Os
dois responsáveis notaram a proximidade e importância das relações entre os EUA
e a UE, que se traduz, nomeadamente na cooperação contra o terrorismo e nos
apoios à Síria, Líbia e Ucrânia.
Kerry
manifestou a sua satisfação por ser o primeiro governante norte-americano a
participar num Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE e lançou o
desafio de estas reuniões decorrerem regularmente.
"Mas
isso é uma decisão dos nossos amigos europeus", indicou Kerry, ao que a
sua homóloga europeia respondeu, prontamente, "acordado".
Antes
de cumprirem um minuto de silêncio em memória das vítimas do atentado de
quinta-feira em Nice, França, Kerry afirmou ainda a união entre europeus e
norte-americanos no "lamento da dor".
"França
é um dos fundadores da UE e um dos nossos mais antigos aliados. Este ato de
selvajaria só fortalece os esforços para combater as forças terroristas",
garantiu.
O
norte-americano aproveitou ainda para repetir a posição britânica, à luz do
resultado de referendo de 23 de junho, de se manter como "parceiro forte e
vital" mesmo depois da sua saída do espaço comunitário.
O
novo ministro dos Negócios Estrangeiros britânico e um dos principais
defensores do denominado Brexit, Boris Johnson, estreia-se hoje numa reunião
dos 28.
Portugal
está representado pela secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares,
Margarida Marques. NM
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