Brasil (Chapadinha) Seres humanos modelos da proximidade divina por P. CASIMIRO JOÃO*

Brasil (Chapadinha)
Seres humanos modelos da proximidade divina por P. CASIMIRO JOÃO*
S. Francisco de Assis

A unidade da história da natureza humana hoje em dia busca resgatar e celebrar aquilo que chamamos a vasta história da existência humana. Ou seja, o poder divino em acção na transformação da humanidade. Na verdade, cada religião adopta seres humanos extraordinários que são percebidos como modelos de uma humanidade perfeita e por isso mesmo mais próximos da divindade. No cristianismo temos uma longa história de modelos. São os Santos que, devido aos seus atributos característicos, corporizam mais explicitamente o divino no nosso meio. Aliás, todos os seres humanos podem atingir esse nível de integração do humano com o divino, cada um no seu nível e medida. A autenticidade desses seres humanos depende da sua capacidade de inspirar e fortalecer outras pessoas para que vivam de uma maneira mais autêntica e próximos ao divino. A história está cheia destes seres encarnados que reflectem a grandeza divina à qual todos somos chamados.
                 Após o máximo modelo, Jesus de Nazaré, vem na lista Maria Santíssima e os Santos que enchem o nosso calendário, como S. Francisco, os Antónios, as Teresas, e os Bentos dos nossos dias. A encarnação da divindade que no máximo grau se deu no homem Jesus se deu também neles, em outras medidas.
E não só, mas também em mim e em você.

É verdade então que os seres humanos, através das culturas e das religiões, compartilhamos o compromisso comum de construir um mundo de relacionamentos correctos, e de pôr de lado as divisões destrutivas que acarretam dor e sofrimentos uns aos outros.
Era por isso que o teólogo Hans Kung já em 1998 pedia que todas as religiões se unissem para lidar com os graves problemas éticos e ecológicos que temos pela frente, envolvendo um diálogo entre todos os credos.
Isto não obstante a desconfiança que recai em cima da história cristã. Na verdade, os cristãos somos em grande medida percebidos como colonizadores de outras religiões e culturas. Essa herança é que parece ficar no fundo de muitas atitudes como esta: vou cuidar da própria vida e deixar os outros em paz. Isto gera uma estranha mistura de medo, inibição, apatia e indiferença que impede o diálogo religioso.

Por outro lado, brotará a coragem de ultrapassar essa ideia clássica que só conseguia tolerar uma única
Verdade dominante e dominadora que, involuntariamente ou não, se perpetuava num culto de separação e conquista.
Ali as semelhanças eram esquecidas, e as diferenças valorizadas e propagadas.
Toda a história humana está cheia destes 

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