IRAQUE Forças do Iraque são acusadas de torturar e matar civis em Mossul

IRAQUE
Forças do Iraque são acusadas de torturar e matar civis em Mossul
DA REUTERS
10/11/2016  18h32
 Forças do governo do Iraque torturaram e mataram civis ao sul de Mossul,
disseram grupos de direitos humanos nesta quinta-feira (10), no que são os
primeiros relatórios de supostos abusos na campanha apoiada pelos Estados
Unidos para retomar a cidade do Estado Islâmico.
A Anistia Internacional disse que até seis pessoas foram encontradas mortas no
mês passado nos subdistritos de Shura e Qayyara, que forças de seguranças
suspeitam ter laços com o grupo jihadista ultrarradical que ocupou um terço do
território iraquiano em 2014.
"Homens com uniformes da Polícia Federal do país cometeram múltiplos
assassinatos, apreendendo e depois matando deliberadamente, a sangue frio,
moradores de aldeias ao sul de Mossul", disse Lynn Maalouf, vice-directora de
pesquisa do escritório da organização em Beirute.
Arcebispo do Iraque suplica ao Ocidente: “Salvem-nos do Estado Islâmico! ”

O primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, negou o relatório da AI, dizendo que moradores, e
não forças do governo, mataram membros do Estado Islâmico.
Ele também disse que a entidade está espalhando medo entre os iraquianos com seus relatórios e que será responsabilizada pelo deslocamento de pessoas
que possam fugir da cidade por causa deles.
O grupo Human Rights Watch (HRW) disse que ao menos 37 homens suspeitos
de serem filiados ao Estado Islâmico foram detidos por forças iraquianas e
curdas de postos de verificação, aldeias, centros de triagem e campos para
pessoas deslocadas nos arredores de Mossul e Hawija, mais ao sul.
Parentes contaram que não sabem onde a maioria dos homens está detida e
que não conseguiram contactar nenhum deles durante sua detenção, de acordo
com o relatório.
A HRW afirmou que tal conduta "aumenta significativamente o risco de outras
violações", incluindo a tortura. O porta-voz do Ministério do Interior negou ter havido qualquer
violação e disse que as forças do Iraque respeitam os direitos humanos e a lei internacional.
Já o porta-voz do governo regional curdo refutou o relato do HRW, dizendo que
quaisquer atrasos na notificação das famílias ocorre pela falta de recursos.
"Ninguém foi mantido em instalações desconhecidas. Eles são mantidos em
instalações identificadas", afirmou Dindar Zebari.
A operação de Mossul, que envolve uma aliança de soldados, forças de
segurança, combatentes curdos peshmerga e milícias xiitas que chegam a 100
mil efectivos e que têm apoio de ataques aéreos dos EUA, entrou em sua quarta
semana, mas até agora só conseguiu fixar-se e numa pequena parte da cidade.


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