COMUNICAÇÃO SOCIAL As histórias comunicam bem por HUGO ANES
COMUNICAÇÃO SOCIAL
As histórias comunicam bem por HUGO ANES
Os responsáveis pela
comunicação da Igreja Católica reuniram-se em Fátima, nos dias 22 e 23 de
setembro, nas Jornadas Nacionais da Comunicação Social, para em conjunto
aprofundarem o tema «Pensar a Comunicação da Igreja em Portugal».
Na abertura das Jornadas de
Comunicação Social, Dom Pio Alves, Bispo Auxiliar do Porto e atual presidente
da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, lançou
o desafio para pensar a todos os presentes: “Como é que nós, a Igreja, podemos
comunicar mais e melhor?”.
A dificuldade em captar a
atenção das pessoas
Para comunicar mais e melhor,
antes de mais, é preciso conhecer o ambiente comunicacional em que vivemos
hoje. Segundo o professor Fernando Ilharco, da Faculdade de Ciências Humanas da
Universidade Católica Portuguesa, o desafio que a Igreja enfrenta no atual
mundo comunicacional é “captar a atenção” das pessoas. Fernando Ilharco
sublinhou que na comunicação contemporânea o peso do “imediato e da
superficialidade” é enorme. “Um desastre, um acidente, um fracasso, desde que
seja em grande, é um sucesso de comunicação”, exemplificou, sublinhando que a
atenção tende a ser captada pelo que é “mais sensacional”.
As histórias continuam a
comunicar bem
Mas como é que a Igreja
Católica, que não se rege pelo sensacionalismo, pode captar a atenção das
pessoas? Fernando Ilharco propôs a aposta em “histórias” concretas. “Histórias
de vida, com os rostos, as alegrias e dificuldades. Vamos cativar a atenção com
histórias simples, com princípio, meio e fim, para comunicar melhor num
ambiente mais emocional”, sugeriu. “Jesus é a mais espantosa história de
sempre. Deus, que se fez homem e habitou entre nós capta a atenção das pessoas.
Isso é um ativo imenso da Igreja”, disse o docente da Universidade Católica.
Em síntese, Fernando Ilharco
indicou que uma estratégia comunicacional deve ser hoje “tão mais simples
quanto possível, duas ou três ideias-chave, porque o ambiente é muito confuso”.
O responsável deixou três ideias chave para esta estratégia: falar do “ser
cristão hoje”; “proximidade e cuidado” e “participar na sociedade”.
E para além das histórias, que
outros conteúdos devemos produzir e comunicar?
Para a jornalista da RTP,
Alberta Marques Fernandes, “todos os conteúdos podem ter uma perspetiva da
Igreja. Somos, ou devemos ser católicos em tudo. Por isso, penso que desde
temas como a saúde, a economia, os assuntos internacionais, até assuntos da
Igreja devem ou podem ser trabalhados a partir da perspetiva católica e depois
comunicados”, disse. Por outro lado, o jornalista do Correio do Vouga, Jorge
Pires Ferreira, salientou que os conteúdos também devem ser “espirituais, pois
é preciso comunicar o que dá sentido, ânimo e esperança às pessoas nas suas vidas.
Refiro-me à divulgação de informação para crescer espiritualmente, como a
formação bíblica, o conhecimento dos tesouros da espiritualidade, a divulgação
de livros, sites, filmes, etc., a proposta de valores para a ação cristã no
campo político, social, económico, ecológico…
Mesmo as melhores ideias têm
de ser comunicadas”, lembrou.
E nós a SMBN, como vamos
comunicar mais e melhor?
O que nos distingue das outras
congregações e institutos religiosos? Qual é a nossa história e a nossa
identidade? Quais são as 2 ou 3 ideias que a SMBN quer comunicar? Que temas
vamos abordar ao longo deste ano? Que temas marcam a nossa atualidade
missionária? E como vamos falar destes temas? Sabendo que os temas e notícias
que são positivos, otimistas e transmitem esperança despertam o interesse das
pessoas e geram feedback. A comunicação para ser eficaz tem que mostrar a
história de vida das pessoas, os rostos, as alegrias e dificuldades. A
comunicação só é eficaz se levar à comunhão.
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