ECUMENISMO Papa Francisco na Suécia
ECUMENISMO
Papa Francisco na
Suécia
viagem eclesial com forte conotação ecuménica
Durante a Oração Ecuménica Comum na Catedral Luterana de
Lund - OSS_ROM
Papa Francisco e PM da Suécia: ecumenismo (Lutero) e pastoral |
Na sua 17ª Viagem Apostólica o
Papa Francisco deslocou-se à Suécia para a
comemoração ecuménica do quinto
centenário da Reforma Luterana, e para encontrar
a comunidade católica no País.
Foi convidado pela Federação Luterana Mundial (LWF)
para participar na cerimónia
dos 500 anos da Reforma de Martinho Lutero.
A viagem teve agendados dois
encontros ecuménicos um na Catedral de Lund e outro
com testemunhos na Arena Malmö.
Na Festa de Todos os Santos, Francisco celebrou a
Santa Missa no Estádio de Malmö
para os católicos suecos, para a qual também foram
convidados representantes da
Federação Luterana.
A Suécia já acolheu um Papa em
1989, quando João Paulo II realizou uma viagem à
Escandinávia.
A sua chegada, o Papa foi
acolhido ao pé da escada do avião, pelo primeiro-ministro
sueco, Stefan Löfven e o
Ministro da Cultura, a senhora Alice Bah-Kuhnke. Presentes
também outras autoridades e
membros da LWF.
Logo depois, na secção VIP do
aeroporto, Francisco teve um encontro privado com o
Primeiro-Ministro e o Ministro
da Cultura
Durante a Oração Ecuménica
Comum na Catedral de Lund, o Papa reconheceu que a
Reforma contribuiu para dar
maior centralidade à Sagrada Escritura na vida da Igreja e
exortou a caminhar em direcção
à plena unidade.Neste encontro de oração, em Lund,
disse: “queremos manifestar o
nosso desejo comum de permanecer unidos a Ele para
termos vida” e acrescentou,
pedimos-Lhe: «Senhor, com a vossa graça ajudai-nos a
estar mais unidos a Vós para
darmos, juntos, um testemunho mais eficaz de fé,
esperança e caridade».
E, olhando para o passado fez a
leitura do momento actual de grande dimensão
ecuménica: “Nós, católicos e
luteranos, começamos a caminhar juntos pela senda da
reconciliação. Agora, no
contexto da comemoração comum da Reforma de 1517,
temos uma nova oportunidade
para acolher um percurso comum. Temos a
possibilidade de reparar um
momento crucial da nossa história, superando
controvérsias e mal-entendidos
que impediram frequentemente de nos
compreendermos uns aos outros.”
Olhar o passado e o futuro na
força do hoje: “Jesus, vendo se estamos
verdadeiramente unidos a Ele
(cf. 15, 4), fixa-nos, e o seu olhar de amor anima-nos a
purificar o nosso passado e a
trabalhar no presente para realizar aquele futuro de
unidade por que tanto
anseia.Também nós devemos olhar, com amor e honestidade,
para o nosso passado e
reconhecer o erro e pedir perdão, só Deus é o juiz.”
Dizia o Papa João Paulo II: «Não devemos
deixar-nos guiar pelo intento de nos
tornarmos árbitros da história,
mas unicamente pela intenção de compreendermos
melhor os acontecimentos e de
sermos portadores da verdade» (Mensagem ao
Cardeal Johannes Willebrands,
Presidente do Secretariado para a União dos Cristãos,
31 de outubro de 1983). Deus é
o dono da vinha, que a cuida e protege com imenso
amor; deixemo-nos comover pelo
olhar de Deus; tudo o que Ele deseja é que
permaneçamos como ramos vivos
unidos ao seu Filho Jesus.
E prosseguiu, dizendo, Jesus
recorda-nos: «Sem Mim, nada podeis fazer» (15, 5). É Ele
que nos sustenta e encoraja a
procurar os modos para tornar a unidade uma realidade
cada vez mais evidente. Sem
dúvida, a separação foi uma fonte imensa de sofrimentos
e incompreensões; mas ao mesmo
tempo levou-nos a tomar consciência sinceramente
de que, sem Ele, nada podemos
fazer, dando-nos a possibilidade de compreender
melhor alguns aspectos da nossa
fé. Com gratidão, reconhecemos que a Reforma
contribuiu para dar maior
centralidade à Sagrada Escritura na vida da Igreja.”
E recordou que a experiência
espiritual de Martinho Lutero nos interpela
lembrando-
nos que nada podemos fazer sem
Deus. «Como posso ter um Deus misericordioso?»
Esta é a pergunta que
constantemente atormentava Lutero. Como é sabido, Lutero
descobriu este Deus
misericordioso na Boa Nova de Jesus Cristo encarnado, morto e
ressuscitado.
Sabemos que Jesus intercede por
nós como mediador junto do Pai, pedindo-Lhe a
unidade dos seus discípulos
para que «o mundo creia» (Jo 17, 21). É isto que nos
conforta e impele a unir-nos a
Jesus para implorar ao Pai com insistência: «Concedei-
nos o dom da unidade, para que
o mundo creia na força da vossa misericórdia». Este é
o testemunho que o mundo espera
de nós. E nós, cristãos, seremos testemunhas
credíveis da misericórdia.
Nós, luteranos e católicos,
rezamos juntos nesta Catedral e estamos conscientes de
que, sem Deus, nada podemos
fazer; pedimos o seu auxílio para sermos membros
vivos unidos a Ele, sempre
carecidos da sua graça para podermos levar, juntos, a sua
Palavra ao mundo, que tem
necessidade da sua ternura e misericórdia.
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