CHINA Bispo Shao Zhumin, fazendo aumentar os rumores de que poderá ter sido levado para um “campo de trabalho”
CHINA
Bispo Shao Zhumin, fazendo aumentar os rumores de que poderá ter sido levado para um “campo de trabalho”
CHINA Bispo Peter Shao Zhumin |
O desaparecimento de D. Peter Shao Zhumin, detido pelas autoridades de Wenzhou, na província de Zhejiang, poucos dias antes do falecimento do Bispo local, D. Vincent, de forma a impedir a sua participação nas cerimónias fúnebres, assim como de assumir o cargo para o qual foi escolhido pelo Santo Padre, está a preocupar sobremaneira a comunidade cristã local.
Cresce o receio, entre os cristãos de Wenzhou
– conhecida como a “Jerusalém do Oriente” –, de que o prelado poderá ter sido
levado inclusivamente para um “campo de trabalho” ou de “reeducação”, algures
no noroeste da China.
A falta de notícias sobre D. Peter permite
todas as especulações, tanto mais que a sua ausência foi impossível de esconder
durante o funeral de D. Vincent, que decorreu na semana passada e, como a
Fundação AIS então revelou, transformou-se numa massiva manifestação de fé
cristã com a presença, apesar da vigilância governamental, de mais de cinco mil
fiéis.
De facto, D. Shao Zhumin pertence à
comunidade católica local fiel a Roma. A sua nomeação pelo Santo Padre não só
não foi reconhecida pelas autoridades comunistas, como representa, na opinião
de Pequim, uma intromissão nos assuntos internos da China.
Além deste Bispo, três outros sacerdotes - um
deles, secretário pessoal de D. Shao - estão dados também como desaparecidos,
sendo que todos pertencentes à chamada “Igreja clandestina”.
D Vincent Zhu Weifang, recorde-se, passou
mais de duas décadas detido em campos de reeducação e morreu a 7 de Setembro,
aos 90 anos, vítima de cancro.
Depois de décadas ao serviço da “Igreja
clandestina”, só em 2010 é que as autoridades comunistas deram a D. Vicent
também o reconhecimento oficial como líder diocesano. No entanto, isso não
impediu que a enorme campanha de demolição de cruzes em igrejas e outros
templos nesta diocese continuasse a decorrer.
De facto, Wenzhou tem sido notícia, nos
últimos anos, pela campanha de demolição de cruzes levada a cabo pelo governo
local e pela resistência que isso tem provocado na comunidade cristã.
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