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CATÓLICA: “Queridos jovens, vocês têm o que é preciso para gritar”, diz o Papa depois da "March For Our Lives"  JOVENS
25 de Março de 2018, 17:40
Francisco celebrou a missa que marca o início
da semana santa LUSA/ANGELO CARCON
Na missa do Vaticano para assinalar o começo da semana santa celebrada este domingo, o Papa Francisco pediu aos jovens que não fiquem em silêncio e não se deixem ficar “anestesiados”. Apesar de não a ter referido, a declaração surge um dia depois da "March For Our Lives", organizada por estudantes e que juntou mais de 500 mil pessoas em Washington, e outras centenas de milhares em várias cidades norte-americanas e do mundo, contra o acesso às armas nos Estados Unidos.

O Serviço de Notícias do Vaticano (CNS, na sigla em inglês) deu conta de que Gabriella Zuniga, de 16 anos, e a sua irmã, Valentina, de 15 anos, ambas alunas da escola secundária de Parkland, no estado da Flórida, que foi alvo de um tiroteio no mês passado que provocou 17 mortos, assistiram à missa. A agência divulgou uma fotografia das irmãs a segurar um cartaz onde se lia “Protejam as nossas crianças, não as nossas armas”.
“A tentação de silenciar os jovens sempre existiu”, afirmou Francisco, citado pela Reuters. “Há muitas maneiras de silenciar os jovens e de os tornar invisíveis. Muitas maneiras de os anestesiar, de os sossegar, de não perguntar nada, de não questionar nada. Há muitas maneiras de os sedar, de os impedir de se envolverem, de tornar os seus sonhos inócuos e tristes, fúteis e queixosos".
“Queridos jovens, vocês têm o que é preciso para gritar”, disse o Papa, apelando para que sejam como aqueles que receberam Jesus com as palmas das mãos em vez daqueles que gritaram pela sua crucificação apenas dias depois.
“Cabe-vos a vocês não ficarem quietos. Mesmo que os outros fiquem quietos, se nós, as pessoas mais velhas e os líderes, alguns corruptos, ficarmos quietos, se o mundo inteiro ficar quieto e perder a alegria, eu pergunto-vos: Vocês vão gritar?”, questionou o Francisco ao que a assistência, composta na sua maioria por jovens, respondeu “sim”.

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A missa deste domingo marcou também a celebração local do Dia da Juventude e contou com a presença de 300 adolescentes que, a convite do Vaticano, passaram a última semana a discutir os desafios e problemas que os jovens enfrentam na actualidade e a forma como a Igreja Católica os pode apoiar. Com relata a CNS, este grupo entregou um documento final com as conclusões das conversas ao Papa. 
Sábado decorrera a "March For Our Lives" (A Marcha Pelas Nossas Vidas), marcha que partiu da iniciativa de um grupo de sobreviventes da escola de Parkland alvo do tiroteio no mês passado, com o objectivo de pedir legislação para um maior controlo ao acesso de armas nos Estados Unidos - e assim evitar os muitos homicídios em massa nas escolas deste país.
A iniciativa, que teve como centro a capital Washington, mais concretamente o edifício do Congresso, rapidamente ultrapassou as fronteiras norte-americanas. Foram organizadas iniciativas semelhantes em mais de 800 locais em todo o mundo

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