PORTUGAL EUTANÁSIA: Médicos católicos consideram que legalização da eutanásia irá destruir a medicina
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EUTANÁSIA: Médicos católicos consideram que legalização
da eutanásia irá destruir a medicina
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Associação critica projeto de
lei do Bloco de Esquerda sobre a despenalização da morte assistida
A Associação dos Médicos
Católicos Portugueses (AMCP) considera que a legalização da eutanásia irá
destruir e medicina e afetar "gravemente" a relação entre o médico e
o doente.
Em comunicado, a propósito do
projeto de lei do Bloco de Esquerda sobre a despenalização da morte assistida,
que os bloquistas apresentaram sábado, a AMCP criticou a intenção de incluir
médicos numa Comissão de Avaliação dos Processos de Antecipação da Morte.
"Admitir que os médicos
possam validar ou participar numa decisão que provoca a morte, com o objetivo
de eliminar o sofrimento, é absolutamente inaceitável", lê-se no
comunicado.
Para a AMCP, "o médico
não pode mudar de posição, não pode fazer tudo para melhorar a vida do doente
e, em simultâneo, agir, a pedido do doente, no sentido de lhe tirar a vida,
ajudando ao suicídio. Os médicos não podem alternar entre serem uma referência
profissional, amiga e confiável e serem os executantes de uma sentença de morte
arbitrária".
Os médicos católicos
consideram que "não há qualquer legitimidade ética para se aprovar uma lei
cuja aplicação criará uma desconfiança generalizada na relação médico-doente,
isto porque o poder de provocar ou antecipar a morte de alguém, ainda que a
pedido do próprio, vai contra a própria medicina; é um poder que
inevitavelmente destrói a medicina".
Presidida pelo médico
psiquiatra Pedro Afonso, a associação reitera a sua oposição à legalização da
eutanásia e chama a atenção para "os perigos da aprovação" deste
projeto.
"A medicina apoia a sua
prática no diagnóstico e no tratamento das doenças, no alívio do sofrimento dos
doentes, sempre com a finalidade de defesa da vida humana. Se admitirmos a
eutanásia, a relação de confiança médico-doente, que assenta numa base de
confiança que deve ser respeitada e que é a base da medicina, é
destruída", prossegue o comunicado da AMCP. DN
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