ESCRAVATURA Vaticano: «Escravatura não é coisa de outros tempos», alerta o Papa
ESCRAVATURA
Vaticano: «Escravatura não é coisa de outros tempos», alerta o Papa
Mai
7, 2018 - 16:22
Francisco
pede ação comum dos cristãos para travar tráfico e exploração de seres humanos
Cidade
do Vaticano, 07 mai 2018 (Ecclesia) – O Papa Francisco alertou hoje para a
persistência do fenómeno da escravatura, sob várias formas, e apelou a uma ação
comum dos cristãos para travar o tráfico e a exploração de seres humanos.
“A
escravatura não é coisa de outros tempos, é uma prática que tem profundas
raízes e se manifesta ainda hoje de várias formas: tráfico de seres humanos,
exploração do trabalho através de dívidas, exploração de crianças, exploração
sexual e trabalho doméstico forçado são algumas das muitas formas. Cada uma
delas é mais grave e desumana do que a outra”, adverte, numa videomensagem
divulgada pelo Vaticano.
A
intervenção dirige-se aos participantes no II Fórum Internacional sobre a
escravatura moderna, iniciativa ecuménica que decorre em Buenos Aires.
O
Papa, antigo arcebispo da capital argentina, sublinha que os líderes cristãos
partilham a “mesma preocupação” com as vítimas destes abusos, lamentando a
“indiferença” perante estes casos.
O
fórum “Velhos problemas no novo mundo” decorre até terça-feira, com organização
da arquidiocese ortodoxa de Buenos, guiada pelo Metropolita Tarasios, e pelo
Instituto Ortodoxo “Patriarca Atenágoras” de Berkeley, Califórnia, com o
patrocínio do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla.
A
mensagem do Papa Francisco cita estatísticas recentes, segundo as quais existem
atualmente “mais de 40 milhões de pessoas, homens, mas principalmente mulheres
e crianças, em situação de escravidão”.
O
pontífice defende a importância de “conhecer o tema” e de “agir” em favor das
vítimas, defendendo os seus direitos.
“Ninguém
pode ficar indiferente e, de algum modo, cúmplice desse crime contra a
humanidade”, observa o Papa, com um apelo a “impedir que os corruptos e os
criminosos escapem da justiça e mantenham o controlo sobre as pessoas
escravizadas”.
Francisco
assinala que, quando os países vivem situações de pobreza extrema, violência ou
corrupção, não conseguem “garantir a segurança, os bens e os direitos
essenciais”.
“Oo
crime organizado e o tráfico ilegal de seres humanos escolhem as vítimas entre
as pessoas que hoje possuem meios escassos de subsistência e menos esperança
pelo futuro”, entre os “mais pobres, marginalizados e descartados”, alerta.
Educação
e trabalho são as propostas de Francisco para responder aos desafios colocados
pelas situações de escravatura moderna, numa colaboração ecuménica “para
superar as desigualdades e discriminações”.
OC
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