EUTANÁSIA Centenas de manifestantes levaram mensagem contra a despenalização aos deputados Portugueses
EUTANÁSIA
Centenas
de manifestantes levaram mensagem contra a despenalização aos deputados
Portugueses
Mai 24, 2018 - 17:30
Movimento de cidadãos contesta
«legitimidade» do Parlamento e pede aposta nos cuidados paliativos
Lisboa, 24 mai 2018 (Ecclesia) –
O movimento de cidadãos ‘Stop Eutanásia’ promoveu hoje uma manifestação que
reuniu algumas centenas de pessoas diante da Assembleia da República, contestando
uma eventual legalização da morte assistida em Portugal.
Os oradores convidados
contestaram a “legitimidade” dos deputados para legislar sobre uma matéria que
ficou de fora do programa eleitoral da maioria dos partidos com assento no
Parlamento.
Gentil Martins, antigo bastonário
da Ordem dos Médicos, lamentou a “confusão que continua a reinar” neste campo,
criticando a “leviandade” com que se procura legislar sobre a eutanásia sem um
debate aprofundado.
O especialista evocou as indicações da
Associação Médica Mundial no sentido de “manter o juramento hipocrático” de
defesa da vida, independentemente das legislações nacionais.
“A vida humana é inviolável”,
insistiu.
Abel Santos, psicólogo clínico,
defendeu perante os manifestantes que a “vida marcada pela doença e o
sofrimento merece ainda maior proteção”, em particular com a aposta nos
cuidados paliativos.
“Não podemos admitir que a morte
seja uma resposta para a doença e o sofrimento”, destacou.
“A vida nunca perde dignidade”,
prosseguiu.
Os vários intervenientes apelaram
à “consciência” dos deputados, para que decidam tendo em consideração a
população que representam e não interesses políticos particulares.
Sofia Galvão, jurista, alertou
para o facto de uma eventual legalização da eutanásia alterar
“significativamente a sociedade”, porque está em causa um núcleo de “valores
absolutamente fundamentais”.
Os manifestantes gritaram
palavras de ordem em defesa da vida e contra a eutanásia, acompanhando com
aplausos as várias intervenções.
Representantes do ‘Stop
Eutanásia’ estiveram reunidos com a direção do grupo parlamentar do PSD.
Abel Santos referiu aos
jornalistas que os responsáveis pela bancada social-democrata se mostraram
sensíveis aos argumentos apresentados, adiantando que iriam votar contra a
legalização; os deputados do PSD têm liberdade de voto em relação aos projetos
de Lei que vão ser discutidos a 29 de maio.
A líder do CDS-PP, Assunção
Cristas, esteve na manifestação e disse à imprensa que o atual Parlamento não
tem mandato para decidir sobre a despenalização da eutanásia, lamentando que
exista a sensação de que a Assembleia da República “legisla nas costas dos
portugueses”.
“Transformações tão profundas não
se podem fazer sem um debate tão alargado na sociedade portuguesa e sem os
partidos clarificarem antecipadamente qual a sua posição, mesmo que seja dar
liberdade de voto aos deputados”, sustentou. OC|Ecclesia
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