CABO VERDE Igreja: Episcopados lusófonos propõem ao Papa que o português seja «língua oficial» no Sínodo dos Bispos
“Propomos unanimemente que a língua portuguesa, a quinta língua do mundo falada por 260 milhões de pessoas, seja utilizada como língua oficial nas assembleias gerais do Sínodo dos Bispos”, refere o documento conclusivo, enviado hoje à Agência ECCLESIA.
As assembleias sinodais, que decorrem no Vaticano, têm grupos de trabalho (círculos menores) em várias línguas, nos quais os bispos lusófonos integram o chamado grupo ‘Ibérico’ (Hibericus, denominação oficial em latim), cujas conclusões são publicadas em espanhol.
Os trabalhos do EBPL, que decorreram entre sexta-feira e domingo, na cidade da Praia, analisaram precisamente o tema da próxima assembleia do Sínodo dos Bispos (outubro de 2018, Vaticano), a presença dos jovens na Igreja, salientando as “boas práticas pastorais”, as iniciativas de voluntariado missionário, campos de férias e movimentos que acompanhem as novas gerações nas suas realidades quotidianas.
Estiveram representados os episcopados católicos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
“Verificamos uma maior consciência das nossas comunidades pela ecologia integral e a existência de inúmeros projetos em curso, em que destacamos a criação da «Floresta Laudato Si’» em Angola pela CEAST, com a plantação de milhares de árvores para travar o avanço do deserto”, assinalam os participantes.
A delegação portuguesa foi constituída por D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP); padre Manuel Barbosa, secretário da CEP; e Jorge Líbano Monteiro, presidente da Fundação Fé e Cooperação (FEC).
Os participantes no XIII EBPL saudaram a simplificação da concessão de vistos nalguns países, que “facilita a livre circulação de pessoas e bens”.
“Esperamos que esse processo se possa estender a todos os países lusófonos, promovendo assim uma verdadeira comunidade de pessoas”, assinalam as conclusões.
Os trabalhos sublinharam a importância da “defesa intransigente da vida, da dignidade humana e da família, através de leis que protejam a vida e a família”, bem como “a luta contra a corrupção, o tráfico e a escravatura de pessoas, a ideologia do género, a eutanásia e tudo quanto não dignifica a pessoa”.
Os bispos dos países lusófonos alertam para uma “mentalidade individualista e consumista” que contraria perspetivas de futuro para os jovens, como a falta de emprego.
Em cima da mesa esteve ainda uma referência ao reinício da emissão nacional da Rádio Ecclesia em Angola, reforçando “a importância da liberdade de imprensa para a consolidação de uma sociedade plural e democrática”.
A agenda incluiu uma passagem pela Assembleia Nacional de Cabo Verde, o Instituto Internacional da Língua Portuguesa e a Cidade Velha, património mundial da Humanidade.
O próximo Encontro de Bispos dos Países Lusófonos vai decorrer na Guiné-Bissau, de 16 a 19 de janeiro de 2020.
OC
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