EUTANÁSIA Bastonário e ex-bastonários da Ordem dos Médicos rejeitam prática que «tira a vida»
EUTANÁSIA
Bastonário e
ex-bastonários da Ordem dos Médicos rejeitam prática que «tira a vida»
Mai 24, 2018 - 9:28 Ecclesia
Responsáveis levaram declaração
ao presidente da República, que recebe hoje Comunidades Religiosas
Foto: Presidencia.pt |
Lisboa, 24 mai 2018 (Ecclesia) – O atual bastonário e o ex-bastonários da
Ordem dos Médicos entregaram ao presidente da República Portuguesa uma
declaração sobre as questões da eutanásia, manifestando a sua rejeição a
práticas que servem para “tirar a vida”.
O encontro decorreu esta quarta-feira, no Palácio de Belém.
O texto, intitulado ‘Eutanásia, Suicídio Assistido e Distanásia’, foi
assinado por António Gentil Martins, Carlos Soares Ribeiro, Germano de Sousa,
José Manuel Silva, Miguel Guimarães e Pedro Nunes, sublinhando que “a vida
humana é inviolável”.
“Eutanásia é a morte intencionalmente provocada por um problema de saúde.
Não é mais do que tirar a vida, seja qual for a razão e a idade”, sublinha o
documento, que surge na sequência do primeiro caso de eutanásia infantil na
Bélgica.
A declaração distingue a eutanásia da “aplicação de medicação ministrada
com a intenção de diminuir o sofrimento do doente terminal mesmo que contribua
indiretamente para lhe abreviar a vida”, o mecanismo do duplo efeito.
Os signatários advertem ainda que o “suicídio farmacologicamente
assistido, por médico ou qualquer outra pessoa, sob qualquer argumento, mesmo o
de aliviar sofrimento, é igualmente tirar a vida”.
O bastonário e os ex-bastonários condenam também a distanásia ou
obstinação terapêutica, em que se “prolonga a vida, sem esperança de
recuperação, e o inerente sofrimento do doente e familiares”.
A Eutanásia, o Suicídio assistido e a Distanásia representam, segundo a
declaração, “uma violação grave e inaceitável da Ética Médica (repetidamente
condenados pela Associação Médica Mundial)”.
“O médico que as pratique nega o essencial da sua profissão, tornando-se
causa da maior insegurança nos doentes e gerador de mortes evitáveis”,
acrescenta o texto.
Segundo os responsáveis, “em nenhuma circunstância e sob nenhum pretexto,
é legítimo a sociedade procurar induzir os Médicos a violar o seu Código
Deontológico e o seu compromisso com a Vida e com os que sofrem”.
O Parlamento prepara-se para discutir, no dia 29 de maio, quatro Projetos
de Lei que pretendem regular e despenalizar a prática da eutanásia em Portugal.
O presidente da República recebe hoje em audiência as Comunidades
Religiosas contra a eutanásia (Católicos, Evangélicos, Judeus, Muçulmanos,
Hindus, Ortodoxos, Budistas e Adventistas), que a 16 de maio assinaram uma declaração conjunta em que rejeitam
a legalização da eutanásia no país.
“Em nome da humanidade e do futuro da comunidade humana, causa da
religião, sentimo-nos chamados a intervir no presente debate sobre a morte
assistida, manifestando a nossa oposição à sua legalização em qualquer das suas
formas, seja o suicídio assistido, seja a eutanásia”, pode ler-se no documento. OC|Ecclesia
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