ESTADOS UNIDOS Um missionário em terras do Tio Sam
ESTADOS UNIDOS
Um
missionário em terras do Tio Sam
por HUMBERTO PINHO DA SILVA*
Numa das minhas viagens a terras de
Santa Cruz, encontrei-me com um missionário, que administrava o programa
religioso, numa emissora de rádio.
Após visita aos estúdios, onde se
faziam as gravações, cavaqueamos sobre evangelização, e a melhor forma de levar
Cristo ao povo.
A conversa descambou, e passamos a
falar da sociedade e mentalidades de povos, quiçá, criada pelos mass-media e
figuras públicas que vivem em cada país.
Contou-me, então, o sacerdote, a
viagem que fizera aos Estados Unidos, a fim de angariar donativos para o
programa que mantinha na rádio.
Após contactar pastores e fiéis das
paróquias, houve membros que solicitaram a passagem pelas residências, para
buscar donativos.
Seleccionou endereços, por ruas e
bairros, e iniciou as visitas.
Para seu espanto, verificou, que na
maioria das residências, era recebido de modo semelhante:
Viviam em moradias, colocadas em
relvados, ou apartamentos, onde o condomínio prestava os serviços essenciais,
ao bom funcionamento do lar.
Ao entrar, encontrava, casal e filhos,
descalços, estirados no chão, a ver TV.
Antes que dissesse ao que vinha, o
chefe da família, sem se erguer, dizia-lhe para ir ao escritório, abrisse
determinada gaveta, e retirasse determinada quantia.
Assim fazia, e espantava-se, ao
verificar que na gaveta havia centenas de dólares, em dinheiro vivo.
E concluiu assim a narração: No
Brasil, ninguém faria o mesmo. Mas os crentes americanos não acreditavam que
sacerdote, indicado pelo pároco, fosse desonesto.
Em Portugal, por mais santo que fosse
o missionário, não havia crente que confiasse, quanto mais a um desconhecido e
estrangeiro.
É bem verdade: cada povo, cada nação,
tem mentalidades diferentes.
Nos Estados Unidos, os poucos que
sonegam impostos, negam, mesmo perante amigos. Em Portugal, quem consegue
sonegar ao fisco, não só o faz, como ainda se gaba de o ter feito.
Talvez seja por isso que uns progridem
e outros, por maiores que sejam as riquezas, não passam de nações de futuro. (In A ORDEM) VOZ DA MISSÃO Fev. 2014, p.04
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