Era
tão imprevisível este chamamento que Deus agora me faz que não consegui
balbuciar palavra, quando a decisão do Papa Francisco me foi comunicada.
Sei
que é ao Santo Padre, como Bispo de Roma e Pastor Universal da Igreja, que
compete dar Pastores a todas as Igrejas. Lembrei nesse momento a Palavra de
Deus ao Profeta Jeremias: “Irás aonde Eu te enviar” (Jer 1,7).
Apesar
desta palavra recorrente ao meu espírito e presente no meu coração, muitas
as dúvidas e grande o temor com que me defrontei ao ver as minhas
limitações e fragilidades, perante a grandeza da missão.
Interroguei-me
dia e noite sobre o que posso eu levar de novo a uma Diocese habitada por
tanta gente de bem e de valor e habituada a tão generosos servidores como
bispos, presbíteros, diáconos, consagrados e leigos.
À
Diocese de Aveiro peço a compreensão para este meu gesto ao serviço da
Igreja, que em nada significa, menos respeito ou menor amor. Aveiro sabe
como sempre aqui me senti feliz como bispo e como é grande a dor da
separação.
Todavia,
senti que só conseguiria reencontrar a serenidade de coração e a liberdade
de espírito, quando com a ajuda de Deus vencesse todos os receios e
temores.
Levo
comigo o modo próximo de ser e de viver, a alegria convicta da fé e o
desejo fraterno de a todos olhar com os olhos de Deus, para a todos servir
como Deus quer e ama.
IN MANUS TUAS é o lema episcopal que escolhi,
quando o Papa João Paulo II, me chamou a ser bispo auxiliar de Braga e
titular de Meinedo. Renovei este mesmo compromisso diante do Papa Bento XVI
quando me enviou para Aveiro. É com igual verdade que agora o afirmo diante
do Papa Francisco. Este lema e os sentimentos que ele exprime unem-me a
Cristo e à Sua Cruz e colocam-me sob o olhar terno da Mãe de Jesus, Senhora
da Assunção, nossa Mãe e Padroeira.
Saúdo,
como irmão que sempre serei, o senhor Administrador Apostólico, D. Pio
Alves, os senhores Bispos Auxiliares, D. António Taipa e D. João Lavrador,
os senhores Bispos Eméritos, os senhores Vigários Gerais, o Cabido da
Catedral, os Sacerdotes, Seminários, Diáconos, Consagrados e Leigos.
Desde
já afirmo a alegria de servir a grande comunidade humana da Diocese do
Porto, com os seus eleitos e representantes autárquicos, as Autoridades
Locais, as Universidades e Escolas, Instituições e Associações.
Quero
dirigir uma palavra de muito afecto às crianças, aos jovens e às famílias.
Serei
irmão e presença junto dos doentes, dos pobres e dos que sofrem e com eles
procurarei fazer caminho de bondade e de esperança na busca comum de um
mundo melhor.
Quero
ser apóstolo das Bem-Aventuranças nestes tempos difíceis que vivemos.
Sei
que é grande a missão que agora me é confiada, mas vou com alegria e
generosidade ao vosso encontro para amar a Deus e vos servir.
Alegra-me
e conforta-me ser irmão convosco, tão belo é o testemunho cristão da Igreja
do Porto.
Que
Deus me ajude e vos abençoe.
Abençoai-me,
também vós, caros diocesanos.
Aveiro,
21 de Fevereiro de 2014
+António
Francisco dos Santos, Bispo Eleito do Porto
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