UKRÂNIA Patriarca greco-católico pede liberdade religiosa
UCRÂNIA Patriaca greco-católico pede liberdade religiosa
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on quinta-feira, janeiro 16, 2014
Sviatoslav Shevchuk: «A Igreja não faz política, mas também não pode ficar de braços cruzados» |
Por: Don Mariusz Frukacz
ROMA, 15 de Janeiro de 2014 (Zenit.org)
– «A pregação da paz é particularmente necessária quando existe uma possível
ameaça contra a paz», respondeu o chefe da Igreja greco-católica da Ucrânia,
Sviatoslav Shevchuk, diante das ameaças do governo de Kiev de privar de status
jurídico as autoridades das organizações religiosas da Igreja greco-católica
ucraniana.
Durante entrevista colectiva concedida
neste dia 13 de janeiro, dom Shevchuk afirmou que «as pessoas nas ruas se
voltaram para a Igreja greco-católica ucraniana e para as outras igrejas pedindo
apoio e oração comum».
«De facto, neste momento de falta de
diálogo entre o governo e os cidadãos que acreditam em Deus, sente-se
particular necessidade de fortalecer a oração pela paz e pela tranquilidade do
nosso país, pelo fim da violência e por um basta aos ataques contra a dignidade
e os direitos constitucionais dos cidadãos ucranianos», prosseguiu Shevchuk.
O patriarca greco-católico ucraniano
enfatizou que «a atitude dos sacerdotes é uma realização das ideias que o papa
Francisco apresentou em seu último documento, a exortação apostólica Evangelii
Gaudium. Os pastores precisam estar no meio das pessoas, porque ‘um pastor deve
ter cheiro de ovelha’».
Shevchuk salientou que, pela primeira
vez desde a independência da Ucrânia, houve expressa ameaça contra as
organizações religiosas, feita em uma carta oficial enviada ao Ministério da
Cultura da Ucrânia e assinada pelo vice primeiro-ministro, Timofiy Kokhan.
O chefe da Igreja greco-católica na
Ucrânia declarou que «a Igreja não faz parte do processo político estrito, mas
não pode ficar de braços cruzados quando os seus fiéis pedem ajuda espiritual».
Estar com os fiéis é dever de todo sacerdote. Este dever está ligado à missão
da Igreja, afirmou o patriarca.
«A nossa igreja tem sido sempre fiel a
essa missão que Cristo nos confiou e assim permanecerá, apesar das ameaças. A
Igreja se reserva o direito de avaliar a situação no país, de avaliar se há
violação dos direitos humanos e dos princípios da moralidade pública, que fluem
da lei de Deus e que se refletem na doutrina social da Igreja», disse ele em
comunicado oficial, concluindo: «A única maneira de resolver a crise
sociopolítica na Ucrânia é o diálogo honesto e aberto entre todas as partes. O
ponto de partida é a vontade das autoridades de ouvir o seu povo».
No domingo, 12 de janeiro, durante a
oração ecumênica em Kiev, o bispo auxiliar de Kijowsko-Żytomierz e
administrador apostólico da diocese, Luck Stanislaw Szyrokoradiuk, pediu
«respeito pela dignidade dos cristãos na Ucrânia».
O bispo, como relatado pela KAI
(Agência Católica de Informação na Polônia), ressaltou ainda «a necessidade da
presença do clero entre os manifestantes». A Igreja não pode permanecer em
silêncio, olhando para as injustiças sociais, disse Szyrokoradiuk.
Desde o dia 21 de novembro de 2013,
acontecem manifestações antigovernamentais em Kiev. A Praça da Independência
tornou-se o lugar central em que os cidadãos da Ucrânia se manifestam para
reivindicar os direitos e a dignidade das pessoas.
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