PAPA FRANCISCO Cardeais: Papa pede «homens de paz»
PAPA FRANCISCO
Cardeais: Papa pede «homens de paz»
Francisco, acompanhado por Bento XVI, lembra cristãos perseguidos e vítimas das guerras
Cidade
do Vaticano, 22 fev 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco criou hoje os primeiros
cardeais do seu pontificado, numa cerimónia que ficou marcada pela presença
do seu predecessor Bento XVI, e apelou à paz e ao fim das perseguições
religiosas no mundo.
“A
Igreja precisa da vossa compaixão, sobretudo neste momento de tribulação e sofrimento
em tantos países do mundo. Queremos exprimir a nossa proximidade espiritual
às comunidades eclesiais e a todos os cristãos que sofrem discriminações e
perseguições”, disse Francisco, na homilia da celebração, que decorreu na
Basílica de São Pedro, Vaticano.
“Temos
de lutar contra qualquer discriminação”, acrescentou, pedindo que os novos
cardeais sejam “homens de paz”.
A
celebração contou, pela primeira vez, com a presença pública na Basílica do
Vaticano do Papa emérito, Bento XVI, que se sentou na primeira fila, junto ao
presbitério.
O
Papa convidou a rezar por “todo o homem e mulher que sofre injustiça por
causa das suas convicções religiosas”.
“A
Igreja precisa da nossa oração em favor deles, para que sejam fortes na fé e
saibam reagir ao mal com o bem”, precisou.
Francisco
invocou “a paz e a reconciliação” para os povos que “vivem provados pela
violência e a guerra”.
“A
Igreja precisa de nós também como homens de paz, precisa que façamos a paz
com as nossas obras, os nossos desejos, as nossas orações”, disse
participantes na celebração, entre os quais se incluíam os três cardeais
portugueses, D. José Saraiva Martins, D. José Policarpo e D. Manuel Monteiro
de Castro.
A
homilia papal retomou a palavra “caminhar” que Francisco tinha pronunciado na
primeira Missa a que presidiu, após o conclave de março de 2013.
“Isto
é uma coisa que impressiona nos Evangelhos: Jesus caminha muito e instrui os
seus discípulos ao longo do caminho. Isto é importante. Jesus não veio para
ensinar uma filosofia, uma ideologia, mas um ‘caminho’, uma estrada que se
deve percorrer com Ele”, explicou.
O
Papa argentino sublinhou que este caminho é o da “cruz”, que deve ser hoje
para os católicos um sinal de “esperança”.
“Contudo,
sendo também nós humanos, pecadores, estamos sujeitos à tentação de pensar à
maneira dos homens e não de Deus”, observou.
Francisco
disse que as consequências dessa “maneira mundana” de pensar, da “mentalidade
do mundo” são “as rivalidades, as invejas, as fações”.
“Obrigado,
irmãos caríssimos, obrigado. Caminhemos juntos atrás do Senhor e deixemo-nos
cada vez mais convocar por Ele, no meio do povo fiel, ao santo povo fiel de
Deus, da Santa Mãe Igreja”, concluiu.
Do
grupo de 19 novos cardeais, D. Loris Capovilla, com 98 anos, esteve ausente
da celebração na Basílica de São Pedro, por motivos de saúde, e irá receber o
barrete e o anel pelas mãos de um enviado especial, como anunciou o Papa,
numa cerimónia que decorrerá a 1 de março em Sotto il Monte (Itália), terra
natal do Beato João XXIII, do qual era secretário.
O
cardeal costa-marfinense D. Jean-Pierre Kutwa, estava numa cadeira de rodas e
foi o Papa Francisco a deslocar-se ao seu encontro, para lhe impôr o barrete
e o anel cardinalícios.
Delegações
oficiais de 15 países acompanharam a celebração, no dia da festa litúrgica da
Cátedra de São Pedro, com destaque para as presenças dos presidentes do
Brasil e do Haiti, Dilma Rousseff e Michel Martelly.
Francisco
cumprimentou Bento XVI no início e no fim da cerimónia.
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