BONZOS Os bonzos do oriente e do ocidente!
Os bonzos do oriente e do ocidente
Visitei
um grupo de bonzos e com eles vivi algum tempo. Confesso que foi uma
experiência deveras original, senão fora conhecer ambientes religiosos do
ocidente, como é o caso da vida e liturgia comunitária e apelos ao apostolado
comunitário, não me atreveria a fazer tal experiência.
Mas
confesso que foi útil. Comparei as duas comunidades: oriental e ocidental. E
bem me pareceu que a primeira estava mais próxima de Deus: tempo de oração e
respeito harmonioso, invocação dos Budas com fé, fraternidade vivida e
comunidade institucional mantida. Na ocidental: a dispersão generalizada,
comunidade apenas de nome, a ganância poupando à custa da alimentação pobre dos
membros, no geral raquíticos, indefesos, constantemente à procura dos médicos
ou de doenças, ou encharcados de medicamentos, por conselho dos colegas. No
refeitório, expressão máxima do sentido comunitário e da capacidade de viver
como família, deparei com um silêncio “beatífico”, podre, malicioso, odiento, o
medo dos outros sobretudo depois de quem se diz mal.
No
trabalho, cada um se preocupa consigo. Os outros que se arranjem. Cada um pensa
que é o único que trabalha e os outros nada fazem, o trabalho de cada um não é
aceite nem assumido pela comunidade. Só te chamam a atenção se por acaso
meteste o pé na poça, ou calcaste alguém.
Os
problemas da comunidade, no oriente, são postos em comum e assumidos por todos.
A humildade de pedir ao povo o seus sustento de cada dia, transforma os
corações na simplicidade e na dependência livre mas salutar uns dos outros como
irmãos. É bonito.
No
ocidente, num mundo de sábios, o ciúme, a inveja, a crítica “construtiva”, ou
dizem a fazer história, claro, destroem o que poderia haver de mais belo na
religião e na comunidade religiosa.
Por
tudo isto pergunto: quem quererá num mundo ocidental, balofo e cheio de
vacuidades, digo, quem quererá ser religioso, quem quererá ser missionário? A
juventude corre nas loucuras do nosso tempo, na sanha da febre do dinheiro e na
procura de ser milionário facilmente. A Tv dá sexo e tiros, sexo e tiros, sexo
e tiros! Nem uma Tv de inspiração cristã conseguiu vingar num país de maioria
cristã, mas não praticante porque Deus é o grande ausente da sociedade pobre em
que vivemos. E o homem vive a angústia da ausência de Deus. Ainda mais: “a
época pós-moderna é um naufrágio, um período sem esperança, de indiferença. É a
noite do mundo. É o tempo em que os homens até já não sofrem por causa da
ausência de Deus. É a doença mental do nosso século”, assim afirmou o teólogo
Bruno Forte, no Congresso Missionário Mundial realizado em Roma no ano 2002,
sempre tive a alegria de participar. A resposta à renovação para um mundo novo
começará com a saudade da pátria perdida, como os judeus no exílio, do Pai
perdido, órfãos procurando o pai acolhedor, porque o pai-dinheiro e
pai-ideologias, deixou-nos sozinhos na orfandade.
Mas
dou graças a Deus porque também no ocidente há comunidades em que os membros
vivem felizes, são amigos, vivem o amor fraternidade, são comunidade apostólica
e de vida, preocupam-se uns com os outros.
Essas
comunidades serão abençoadas por Deus. E até surgirão continuadores para a sua
obra.
Porque
são exemplo e cativam as pessoas. Quem não gostará de imitar aqueles que
apreciamos, e nos dão um modelo de vida digno e maravilhoso, que valha a pena
viver?!
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