PAZ Paz num mundo de conflitos
PAZ
Paz num mundo de conflitos
Estamos
ainda como que ouvindo as palavras dos Anjos sobre a gruta de Belém: “Paz na
terra aos homens que Deus ama” ou “nasceu o Príncipe da paz para Israel e para
toda a humanidade.” E, no primeiro dia do ano, celebrámos o dia Mundial da Paz.
A palavra “paz” corre de boca em boca, mas entre rios de sangue em muitos
países. Cada dia há milhares de vítimas mortais anónimas, na guerra, perante a
indiferença dos magnates preocupados mais com “problemas” como sejam, por
exemplo, o último modelo de carro a comprar, ou o “negócio das armas”.
Após
a fundação da ONU, julgou-se que nunca mais haveria situações como as que
ensombraram os anos anteriores com enormes perdas físicas e psicológicas. No
entanto, desde 1945, mais de 150 conflitos armados ceifaram cerca de 40 milhões
de vidas.
A
repressão política, a pobreza e a miséria, a desigualdade, o alargamento de
fronteiras, são algumas causas do começo dos conflitos, que na actualidade têm
“carácter interno”, mais do que inter-nações.
Os
conflitos dão-se sobretudo em países em desenvolvimento, que são os grandes
compradores de armamento, o que se transforma em chorudo negócio para os países
desenvolvidos. Um negócio que factura diariamente cerca de 375 mil milhões de
escudos!
Quem
mais sofre nestas guerras é a população civil, as crianças, as mulheres e os
velhos, testemunhas indefesas à mercê dos combatentes.
Segundo
a Unicef sobre o Estado Mundial da
Infância em 1996, na última década, as vítimas infantis da guerra
elevaram-se a 2 milhões de mortos; entre 4 a 5 milhões de mutilados; 12 milhões
sem lar; mais de um milhão de órfãos ou separados de seus pais e uns 10 milhões
afectados com traumas psicológicos por terem presenciado atrocidades cometidas
contra os seus familiares. Mas há a lamentar ainda as consequências da guerra
tais como a subalimentação, o sarampo, as enfermidades diarreicas e as
infecções pulmonares. As mulheres são sujeitas a violações, presas
indiscriminadamente, aterrorizadas e humilhadas. Centenas de milhares de
pessoas morrem de fome e o terror e a violência da guerra fizeram 47 milhões de
refugiados sem voz e que vivem da ajuda internacional.
Em
vários conflitos dos últimos anos contamos um milhão de mortos e dois milhões
de refugiados no Afeganistão; um milhão de mortos e mais de 400 mil refugiados
em Angola; noventa mil refugiados no Butan; mais de cem mil mortos e dois
milhões de refugiados na Bósnia-Herzegovina; 150 mil mortos e 200 mil
refugiados no conflito que opõe as etnias tutsi e hutsi, no Burundi, que é o
sexto país mais pobre do mundo; um milhão e meio de mortos e quinhentos mil
exilados no Camboja; 50 mil mortos no Chade; um milhão de mortos à fome e outro
de refugiados na Etiópia; 300 mil mortos e 800 mil exilados na Libéria; 350 mil
mortos e 860 mil refugiados na Somália; um milhão e meio de mortos e 500 mil
refugiados no Sudão… Isto sem contar os mortos ou refugiados nas aldeias
massacradas na Argélia pelos fundamentalistas islâmicos, os graves problemas do
Congo-Bra, e da República Democrática do Congo, das Filipinas, de Timor Leste,
do Iraque com os curdos, do Líbano, da Birmânia…
Poderemos
dizer com verdade que o mundo está mais fraterno, apesar de tudo isto?! Ou
haverá ainda um grande caminho a percorrer e um empenhamento necessário de
todos para este mundo ser um mundo de Paz, como desejamos? A paz depende dos
Chefes das nações mas também depende de cada um de nós.
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