GUATEMALA Prossegue a violência contra indígenas: 11 mortos e diversos feridos
GUATEMALA
Prossegue a violência contra indígenas: 11 mortos e diversos feridos
O governo
declarou toque de recolher no distrito de Sacatepéquez, onde os povos indígenas
sofreram mais uma vez violências em suas terras. Segundo comunicado das
comunidades indígenas, recebido pela Fides de uma fonte local, na noite de 19
de setembro, um grupo armado entrou em seu território, em San Juan
Sacatepéquez, e abriu fogo contra líderes das comunidades, que estavam
reunidos, causando a morte de uma pessoa. Estes homens armados foram
sucessivamente identificados como empregados da empresa Cementos Progresso. O
episódio gerou uma espiral de violência que até o momento causou onze mortos e
diversos feridos, agravando a tensão já existente na região. Em 2006, a empresa
Cementos Progresso S.A. anunciou a construção de uma gigantesca fábrica de cimento
e outras obras a ela relacionadas, em terras indígenas, sem ter consultado a
população. Dentre os episódios de violência que seguiram, registados e
documentados pelas comunidades indígenas, houve ameaças e actos de vandalismo
contra líderes das comunidades e também contra a Igreja. O Arcebispo de
Santiago de Guatemala, Dom Oscar Julio Vian Morales, S.D.B., durante a Missa
celebrada em Amatitlan, em fins de agosto, antes que se verificasse o último
episódio violento, denunciou: “Não se pode matar pessoas como se fossem
animais. Também aos animais devemos respeito; como se pode não respeitar a vida
das pessoas?”. Em seguida, o Arcebispo destacou que o aumento da presença do
exército e da polícia não significa combater a violência, mas se deve trabalhar
pelo bem da sociedade criando empregos e garantindo a instrução para todos. As
últimas notícias indicam que esta noite, a polícia deteve 4 pessoas como
responsáveis pelo massacre contra os indígenas. O Ministro do Interior da
Guatemala afirmou que o toque de recolher foi decretado para evitar que
parentes e amigos das vítimas queiram se vingar. Ainda estão sendo procuradas
26 pessoas envolvidas nas violências. Fides
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