2014-09-15 Rádio Vaticana O director da Sala de Imprensa
da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, concedeu na manhã desta segunda-feira uma
coletiva sobre a viagem apostólica internacional do Papa Francisco à Albânia –
sudeste da Europa –, a realizar-se no próximo domingo, 21 de setembro.
Trata-se da quarta viagem apostólica internacional do Papa Francisco, após as
que fez ao Brasil, Terra Santa e Coréia do Sul. O porta-voz ressaltou que a
viagem à Albânia terá como temas-chave a fé dos mártires e o diálogo
inter-religioso. Ademais, o sacerdote jesuíta afirmou que não existem ameaças
específicas da parte islâmica em relação ao Papa.
Uma viagem de um dia, breve, mas intensa, centralizada na fé dos mártires
assassinados pelo comunismo ateu, e o encorajamento ao diálogo e à convivência
entre as religiões: essa, em síntese, nas palavras do Pe. Lombardi, é a nota
caracterizadora da visita do Santo Padre à Albânia. Uma escolha que ressalta a
predileção do Pontífice argentino pelas periferias:
"Um primeiro motivo é o de
render homenagem ao martírio por causa da fé, vivido neste país, com uma
perseguição terrível por parte do comunismo ateu: foi considerado o primeiro
Estado ateu do mundo, escreveu o ateísmo na própria Constituição... E, como ele
mesmo notou – parece-me também quando fazíamos a viagem de retorno da Coreia –,
interessa muito ao Papa encorajar um clima de convivência inter-religiosa,
positivo, sereno, harmônico, de modo que a boa convivência entre as diferentes
confissões e religiões na Albânia possa ser uma mensagem também para outros
países, para outras partes do mundo."
No que tange ao programa da visita, que se concentrará na cidade de Tirana –
capital do país balcânico –, o Papa fará seis discursos, todos em italiano.
Os momentos principais – após a cerimônia de boas-vindas no palácio
presidencial – serão a missa na grande praça de Tirana dedicada a Madre Teresa
de Calcutá (filha ilustre da Albânia), o encontro inter-religioso na
Universidade Católica "Nossa Senhora do Bom Conselho", e as Vésperas
na nova Catedral de Tirana, onde haverá testemunhos de sobreviventes da
perseguição comunista.
Ademais, Francisco visitará o centro Betânia que acolhe crianças portadoras de
deficiência e abandonadas. Respondendo a uma pergunta sobre ameaças por parte
do autoproclamado Estado Islâmico (EI) e de outros grupos jihadistas em relação
ao Papa, Pe. Lombardi respondeu:
"Se a pergunta é: 'Existem
ameaças e preocupações específicas, razão pela qual são tomadas medidas
particulares?', a resposta é 'Não!' Portanto, não existem ameaças, riscos
específicos pelos quais muda algo em relação ao Papa, ao modo como a viagem é
organizada. Não. A viagem será feita tranquilamente, o papamóvel habitualmente
usado na Praça São Pedro será utilizado em seus deslocamentos principais, em
meio ao povo, como sabemos que o Papa deseja, sem obstáculos em seu encontro
com o povo."
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé acrescentou que Madre Teresa e Karol
Wojtyla serão as duas grandes figuras que, por assim dizer, acompanharão a
viagem. Pe. Lombardi recordou a memorável viagem de João Paulo II, em 25 de
abril de 1993, quando o Papa Santo reconstituiu literalmente a hierarquia
católica albanesa, que havia supressa pelo regime comunista. Em tal ocasião, o
Papa Wojtyla consagrou quatro bispos:
"Vale a pena, de certo modo, retomar
esta viagem que foi imensamente emocionante, também para todos aqueles que
participaram dela: discursos muito veementes; aconselho a reler... todos eles
podem ser relidos – porque não foram muitos discursos. O discurso da parte da
tarde na praça, em que se tem a reflexão sobre a experiência do ateísmo que
buscara negar Deus e destruir o homem, e, no discurso, a perspectiva que se
estava criando. Naturalmente, se recorda a viagem de João Paulo II, no momento
em que vivemos esta viagem à Albânia, nova viagem do Papa Francisco",
destacou Pe. Lombardi (RL) |
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