PAZ A paz e as religiões
A paz e as religiões
Em
Setembro de 2000 realizou-se em Lisboa o XIII Encontro Internacional “Homens e
Religiões”. Estes encontros nasceram em meados de oitenta, por iniciativa da
Comunidade de Santo Egídio, para promover o conhecimento recíproco e o diálogo
entre as religiões.
No
seguimento da Jornada Mundial de Oração pela Paz em Outubro de 1986, e
inserindo-se no movimento de diálogo inter-religioso que se desenvolveu nas
últimas décadas, a sugestão foi dada pelo Papa: Continuem a difundir a mensagem de Paz e a viver o espírito de Assis.
A
rede de contactos entre os representantes de diferentes religiões e culturas
abrange mais de 90 países, ligados por uma aspiração de paz e de justiça.
Depois
dos dois primeiros encontros em Roma (1987 e 1988) a “Oração pela Paz”, os
seguintes decorreram nas cidades de Varsóvia (aniversário do início da Segunda
Guerra Mundial), Bari, Malta, Lovaina-Bruxelas, Milão, Assis, Florença, Roma,
Pádua-Veneza. Em 1998, a Comunidade organizou o seu encontro inter-religioso anual
em Bucareste, em colaboração com o Patriarcado ortodoxo da Roménia. Foi a
primeira vez que um encontro de diálogo entre religiões teve lugar num país de
maioria ortodoxa.
Em
Outubro de 1999, a Comunidade colaborou na organização da Assembleia inter-religiosa
promovida pela Santa Sé, a cuja sessão final presidiu João Paulo II. Em
Novembro de 1999, a Comunidade promoveu em Génova um grande encontro de
tradições cristãs, com a participação de cinco patriarcas ortodoxos, alguns
cardeais e muitos Bispos das diferentes Igrejas.
Desde
os encontros de Roma até ao mais recente, em Génova, foi sempre muito claro o
princípio de que é percorrendo fielmente cada qual a sua própria tradição
religiosa que se pode dar início ao diálogo e, em comum, descobrir a força pacífica
das religiões, colocando-a ao serviço da compreensão, da amizade e da paz.
O
último encontro sob o tema “Oceanos de Paz: religiões e culturas em diálogo”,
organizado pela Comunidade de Santo Egídio e o Patriarcado de Lisboa, teve
lugar em Setembro do ano 2000.
João
Paulo II convidou para Assis os leaders
das grandes religiões mundiais, as quais responderam generosamente. Aí todos
rezaram ao lado uns dos outros, num encontro de oração que é a raiz da paz.
Assis foi um dia. Depois de Assis, a Comunidade de Santo Egídio, que tinha
trabalhado até àquele momento com os pobres e pela paz (e esse é hoje o seu
empenho nos 40 países onde está presente), sentiu o apelo a criar um diálogo
entre os homens da religião, demasiado habituados a viverem entre os confins do
seu mundo, fechados nos seus conflitos.
João
Paulo II enviou uma carta aos participantes das Igrejas e comunidades cristãs e
das grandes Religiões mundiais tais como patriarcas, cardeais, arquimandritas,
luteranos, católicos, ortodoxos, muçulmanos, budistas, hindus,… de todos os
cantos do mundo, presentes no encontro de Lisboa.
Nessa mensagem, o Papa agradece à Comunidade de
Santo Egídio a coragem espiritual com que soube acolher a mensagem de Assis e
levá-la a tantos lugares do mundo. João Paulo II é optimista quando diz: “Nós
olhamos com esperança para o século que se abriu porque a longa história dos
cristãos marcada por muitas fragmentações, parece compor-se novamente, tendendo
para aquela fonte da sua unidade que é Jesus Cristo”. E insiste na necessidade
do diálogo: “o diálogo entre as religiões tornou-se uma realidade, embora o
caminho que está à nossa frente ainda seja longo”.
O
diálogo não ignora as diferenças reais, mas convida todos a fortalecerem aquela
amizade que não separa e não confunde. Devemos todos ser mais audazes neste caminho.
É necessário e urgente encontrar de novo o gosto e a vontade de caminhar
juntos para construirmos um mundo mais solidário, ultrapassando interesses
particulares de grupo, de etnia, de nação
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