HUMANIDADE Um mundo mais fraterno
HUMANIDADE
Um mundo mais fraterno
João
Paulo II na mensagem que dirigiu a todos os fiéis por ocasião do dia das
Missões lembrou o mandato de Cristo:
“Ide, pois, ensinai todas as nações,… (Mt.28, 19) e que a Igreja está
consciente de ser chamada a anunciar a todos os homens e de todos os tempos e
lugares o amor do Pai que salva e quer reunir seus filhos dispersos.
E fez
uma meditação sobre o Pai Nosso. Como seria bom que todos fôssemos capazes de
rezar o Pai Nosso com sinceridade!
*Pai Nosso… A Igreja é missionária porque
anuncia que Deus é Pai, cheio de amor por todos os homens. Todo o homem procura
de muitas e variadas formas o rosto de Deus que se revelou em Jesus Cristo,
salvador e mestre da verdade.
Feliz
o que descobriu a sua filiação divina. Mas há muitos que não reconhecem Deus
como Pai. Uns são indiferentes e ateus, talvez por culpa dos crentes; outros,
com uma religiosidade vaga, construíram para si um Deus à sua imagem e gosto; e
outros prescindem de Deus afastando a sua imagem como inalcançável ou incómoda.
A
tarefa dos crentes é proclamar e testemunhar que o Pai fez-se próximo de cada
homem e torna-o capaz de lhe responder, de O conhecer e de O amar.
*Santificado… Rezamos “santificado seja o
vosso nome” pois descobrimos que Deus promove a dignidade humana. Santificado
na multidão incontável de filhos (6 biliões!), na Igreja que actua de modo
comprometido a favor da humanidade para fazer a nova criação.
*Venha o vosso reino, seja feita a vossa vontade… É este
desejo que nos compromete na missão quotidiana. O reino é obra do Espírito e
nossa. Uma era de paz, de bem estar, de solidariedade, de respeito pelos
direitos humanos e de amor universal. A Igreja anuncia este reino já proclamado
no Evangelho e que se vai construindo através dos tempos por pessoas, famílias
e comunidades que escolhem viver segundo as bem-aventuranças. A própria
sociedade temporal deve sentir-se estimulada a desenvolver-se numa maior
justiça e solidariedade.
Entra
no reino dos céus só quem faz a vontade do Pai, isto é, “amando-nos uns aos outros como Ele nos amou”.
*O pão quotidiano… Todos têm direito ao
pão, ao que é necessário para viver. No entanto, muitíssimos não têm meios para
viver com dignidade humana. Impedem-no: A miséria, o analfabetismo, a carência
de alojamento condigno, a falta de assistência médica, a escassez de trabalho,
as opressões políticas, as guerras que destroem povos de regiões inteiras da
terra.
São
cenários dramáticos nesta ocasião em que escrevo: Timor, Angola, Kosovo, Sudão,
Rwanda, Somália, Etiópia, México,… E podemos, como alguns, pensar que falta
dinheiro, que faltam auxílios materiais, que faltam estruturas técnicas. Mas
não é tudo. Falta sobretudo a formação de consciências e o amadurecimento de
mentalidade e dos costumes. O homem é que é o protagonista do desenvolvimento,
não o dinheiro e a técnica.
A
Igreja ensina que os homens são todos irmãos, numa autêntica fraternidade. A
comunidade cristã deve pois colaborar para o desenvolvimento e a paz com obras
de promoção humana, de formação e educação dos jovens, com a denúncia das
opressões e injustiças. O específico da Igreja é o anúncio do Evangelho, a
formação cristã dos indivíduos, das famílias e das comunidades, levando-as a “ser mais”.
*Perdoai… O pecado alojou-se na história
humana desde o princípio. E debilita a ligação da criatura com Deus. “Os meios
de comunicação social são muitas vezes expressão do mal, quando deviam ser
meios de informação, de formação, guia e inspiração dos comportamentos
individuais, familiares e sociais”, diz
João Paulo II.
A
tarefa missionária deve levar a todos o alegre anúncio da bondade e
misericórdia de Deus, que perdoa ao pecador arrependido (filho pródigo),
esquece a culpa e dá a serenidade e paz. O rosto de Deus é um rosto de Pai
cheio de amor.
*Nós perdoamos… A Igreja exige dos seus membros e
dos seus missionários não só palavras, mas a santidade. Não basta renovar
métodos pastorais, é preciso um novo “ardor de santidade entre os missionários
e em toda a comunidade cristã”. O perdão constitui uma grande expressão da
caridade divina. Foi preciso chegar ao fim deste milénio, para um Papa – João
Paulo II – pedir perdão, em nome da Igreja, de todas as faltas desta através
dos tempos.
*Livrai-nos do mal… Os cristãos são convidados a confiar
em Deus para alcançar vitória sobre o mal, sobre Satanás. A missão da Igreja é
dar o testemunho do amor de Deus e da força do Evangelho capazes de derrotar as
lógicas de poder e violência, o ódio e a vingança, o egoísmo e a indiferença.
O Pai
Nosso rezado com esta dimensão, de certeza que nos faz sentir estar num mundo
em que podemos viver como irmãos, sem medo de que o outro nos trame a vida.
Seria
belo. Temos de meter mãos à obra, pois ninguém fará o que só nós podemos fazer.
E o mundo nojento poderá ser um mundo fraterno.
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