P. FIRMINO AUGUSTO JOÃO da smbn

P. FIRMINO AUGUSTO JOÃO
MISSIONÁRIO DA BOA NOVA
★ 28.10.1927 16.12.2015
P. Firmino Augusto João da smbn

Era filho de Francisco João e Arminda Germana Martins, nasceu em Pinelo, Concelho de Vimioso, Diocese de Bragança. Entrou no Seminário de Tomar a 27.09.1943, fez o juramento missionário em Cucujães a 8 de Setembro de 1953 e foi ordenado padre a 30.05.1957. Foi formador em Tomar (um ano), em Cernache (3 anos) e Vice-reitor em Tomar (sete anos) e Cucujães (um ano). Partiu para o sul de Moçambique em 25.10.1969.
O seu campo de trabalho foi a região de Chibuto e diocese de Xai Xai. Chegou lá no momento em que cada missão tinha uma equipa de missionários. Mas chegou o momento em que a casa paroquial foi nacionalizada e a maioria dos seus companheiros foram perseguidos, condenados e expulsos. Testemunha o P. Álvaro Patrício que “sem prisão nem expulsão, o Padre Firmino foi solenemente julgado e mandado “aguardar”.
Ele e o P. Joaquim Cristóvão eram responsáveis pelas missões do Chibuto, Maniquenique, Mahuntsane, Macuácua, Malehice e Alto Changane. Andavam numa área de 6.000 Km2, com
65 comunidades, e 240.000 católicos. Os perigos nas estradas eram muitos. Lá foi assassinado
o P. Joaquim Cristóvão no dia 21.01.91, sepultado no Chibuto.
Nas cheias do ano 2.000, o Chibuto foi o centro de socorro internacional aos desalojados. O P. Firmino foi o grande herói. A paróquia e a mesquita forneciam a água potável para toda a cidade. Construiu centenas de casas para os desalojados e administrou os fundos de organizações internacionais, sobretudo da Comunidade de Santo Egídio e Misereor da Alemanha. Abriu machambas para as pessoas que deixaram o vale. Sempre viveu pobremente administrando com muito rigor esses fundos e dando todo o seu tempo a esses projectos. Testemunho do P. Zé Valente: “Sempre o conheci como homem cumpridor e exacto, muito
sério e dedicado ao trabalho missionário. A Missão do Chibuto com as missões anexas exigiu
muito trabalho e dedicação para dois padres. Soube assumir a situação por vezes complicada
na altura da mudança política e ideológica chegando a ser ameaçado, mas agia sempre com muita prudência. Foi sempre um homem sério, prático e prudente durante o processo da
devolução dos imóveis da Igreja em nome da comissão da diocese. Por isso, D. Júlio Langa
nomeou-o vigário Geral da diocese. Por isso, D. Júlio Langa nomeou-o vigário Geral da diocese.
Para além das actividades propriamente paroquiais sobressaía nas iniciativas práticas de
ajuda às comunidades com a gerência de numerosos projectos de beneficência nomeadamente de agricultura, construção de barragens para rega e alimentação, tractor para lavras comunitárias onde cada ano teve sempre o primeiro prémio de emulação socialista.”
De 2011 a 2013 foi reitor do Seminário da Boa Nova, Matola. Nessa altura começou a sentir
doenças. Foi operado a hérnias e à próstata.
Em 2015, veio para férias, mas teve de ser internado, primeiro em Bragança e depois no Hospital de S. Sebastião em Santa Maria da Feira onde foi submetido a operações que não
puderam limpar todos os órgãos infectados. Homem fiel, orante, lutador da justiça, amável
para todos, sofreu em união com a missão e os missionários, sobretudo do Chibuto. Depois de
receber a santa unção, entregou toda a sua vida ao Senhor: Faça-se a Sua Santa Vontade.
Agradecemos a todos os profissionais de saúde a dedicação com que o trataram. Pedimos a
Deus que o receba no Reino e nos envie missionários para continuarem o seu trabalho.

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