VATICANO Acordo de Paris é compromisso de todos, diz Papa
VATICANO
Acordo de Paris é compromisso de todos, diz
Papa
Paris. Acordo climático. 14/12/2015
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Após
recitar a oração do Angelus, o Papa Francisco encorajou a comunidade
internacional a implementar as decisões do “histórico acordo” a que chegaram os
participantes da Conferência sobre o Clima (COP21) realizada em Paris desde 30
de novembro e concluída no sábado, 12.
“A Conferência sobre o Clima recém concluiu-se em Paris
com a adoção de um acordo, por muitos definidos como histórico. A sua
implementação requer um compromisso de todos e uma generosa dedicação por parte
de cada um. Desejando que seja garantida uma particular atenção às populações
mais vulneráveis, exorto toda a comunidade internacional a prosseguir com
solicitude o caminho tomado, no sinal de uma solidariedade que se torne sempre
mais concreta”, expressou o Papa.
O “Acordo de Paris” foi aprovado na noite do último
sábado, por ministros de 195 países, primeiro marco jurídico universal de luta
contra o aquecimento global. O documento da 21ª Conferência do Clima (COP21)
das Nações Unidas tem caráter “legalmente vinculante” e obrigará todas os
países a implementar estratégias para limitar o aumento médio da temperatura da
Terra a 1,5° C até 2100 e prevê US$ 100 bilhões por ano para projetos de
adaptação dos efeitos do aquecimento a partir de 2020. Trata-se do mais amplo
entendimento na área desde o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997.
Mesmo não fixando metas quantitativas de redução de
emissões de gases de efeito estufa, o acordo pretende “limitar o aumento da
temperatura média global a bem abaixo de 2 °C em relação aos níveis
pré-industriais, e manter esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5
°C”.
Os países desenvolvidos, como os Estados Unidos e os da
União Europeia, devem prover recursos financeiros para ajudar países em
desenvolvimento a ter ações de mitigação e adaptação, e “outras partes são
convidadas a prover ou a continuar prover tal suporte voluntariamente”. Assim,
os ricos deverão contribuir com US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020 para
projetos de adaptação e de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas a
serem empreendidos pelos países em desenvolvimento. O volume, considerado baixo
perante uma necessidade que especialistas calculam ser de trilhões de dólares,
deverá ser revisado.
Antes de 2025, diz o texto, “as partes devem estabelecer
um novo objetivo coletivo a partir de um piso de US$ 100 bilhões.” O valor será
aplicado em organismos como o Fundo Verde, o Mecanismo Global de Meio Ambiente,
o Fundo dos Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudanças
Climáticas.
“Este texto contém os principais avanços, que muitos de
nós não acreditavam possível. Este acordo é diferenciado, justo, dinâmico e
legalmente vinculante”, afirmou Laurent Fabius, que se emocionou ao lembrar os
delegados governamentais de conferências anteriores, que morreram “sem poder
conhecer este dia”. “O documento confirma nosso objetivo central, vital, de
limitar o aumento a temperatura média da Terra bem abaixo de 2 °C, e se
esforçar para limitá-lo a 1,5 °C”.
Além de Fabius, o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban
Ki-moon, discursou e lembrou a responsabilidade histórica dos delegados. “O
mundo inteiro está nos observando”, advertiu. “O tempo chegou de deixar os
interesses nacionais de lado e agir nos interesses globais.”
Já o presidente da França, François Hollande, único chefe
de Estado presente, exortou os delegados governamentais a estarem à altura de
um momento único. “O 12 de dezembro de 2015 poderá ser um dia não só histórico,
mas uma grande data para a humanidade”, afirmou, pedido as ministros que
adotassem “o primeiro acordo universal de nossa história”. “É raro em uma vida
a ocasião de mudar o mun do. Vocês a tem. Aproveitem.” Por
Canção Nova, com News.va
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