PORTUGAL Passos pede que PPE reaja com "moderação" à mudança por cá
PORTUGAL
O líder do PSD afirmou hoje em
Bruxelas que os seus parceiros do Partido Popular Europeu (PPE) manifestaram
"alguma apreensão" com a nova solução governativa em Portugal, mas
reagiram "com moderação", tal como lhes solicitou.
POLÍTICA BRUXELASHÁ 2
HORASPOR LUSA
No seu regresso a Bruxelas,
para participar na tradicional reunião do PPE que antecede os Conselhos
Europeus, mas agora (novamente) como líder da oposição, Pedro Passos Coelho,
questionado sobre se esperava que a maior família política europeia, que o PSD
integra, tivesse reagido de outra forma à mudança política em Portugal, indicou
que foi o próprio a solicitar aos seus parceiros que reagissem "com
moderação", apesar da preocupação com a aliança do novo executivo
socialista com forças "antieuropeias" (Bloco de Esquerda e PCP).
"O PPE reagiu com
moderação, como, de resto, eu solicitei que fizessem. Não há nenhuma razão para
que o PPE tenha, sobre matérias que respeitam à soberania portuguesa, nenhuma
intervenção particular. Manifestaram alguma apreensão pela forma como em
Portugal o Governo aliou forças que são antieuropeias no apoio ao próprio
Governo, e creio que isso esteve na origem de preocupações, não apenas aqui em
Bruxelas e na Europa mas também em Portugal, mas não mais do que isso",
afirmou.
O antigo chefe de Governo
sustentou que "o que é preciso é que, na efetividade das suas funções, o
Governo mostre que o processo europeu contará com o seu envolvimento positivo e
que Portugal continuará a ser um país que dê um contributo" à UE nos
vários desafios que enfrenta.
"Eu julgo que haverá um
tempo em que o novo Governo português colocará em cima da mesa as suas
escolhas, quer no que respeita ao projeto europeu, quer no que respeita aos
objetivos de política nacional que precisam de ser convergentes, compatíveis
com as regras europeias. E nessa altura caberá aos nossos parceiros fazer essa
avaliação, à Comissão Europeia fazer essa avaliação", disse.
O líder social-democrata
asseverou que o seu desejo é que continue a haver uma colaboração próxima entre
as instituições europeias e o novo Governo português.
"Deixei de ser
primeiro-ministro, mas não deixei de me preocupar com o meu país e com a
Europa, e portanto espero que tudo o que possa acontecer daqui para a frente
esteja em linha com aquilo que tem sido ao longo dos anos o interesse da grande
maioria dos portugueses em permanecer com os dois pés bem dentro do projeto
europeu", concluiu.
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