Por: AFP 20/02/2017 - 14h27min | Atualizada em 20/02/2017
As Forças iraquianas apoiadas por aviões e
helicópteros avançavam, nesta segunda-feira, rumo ao aeroporto de Mossul,
primeiro objetivo de sua ofensiva para tirar do grupo Estado Islâmico (EI) da
parte oeste da segunda cidade do Iraque.
Esta vasta operação acontece durante a primeira visita do
novo secretário de Defesa americano, James Mattis ao Iraque. Mattis chegou cedo
nesta segunda a Bagdá para se reunir com altos dirigentes iraquianos.
As
autoridades iraquianas esperam que o chefe do Pentágono reafirme o apoio que a
coalizão internacional liderada por Washington concede na luta contra os
extremistas em suas reuniões com o primeiro-ministro Haider Al Abadi e seu
colega iraquiano, Irfan Al Hiyali.
Desde que chegou, Mattis tentou apaziguar os temores
despertados pelas declarações e decisões do presidente Donald Trump. Este
último afirmou que os Estados Unidos deveriam ter se apropriado do petróleo
iraquiano antes de retirar suas tropas do país em 2011 para financiar a guerra
e privar o EI de uma fonte de financiamento vital.
Mas Mattis, um ex-general reformado que combateu no
Iraque e no Afeganistão, quis relativizar estas declarações.
— Nos Estados Unidos, geralmente pagamos pelo gás e o
petróleo e estou certo de que continuaremos fazendo isso no futuro [...] Não
estamos no Iraque para pegar o petróleo — assegurou.
Outro assunto delicado — e pelo qual Trump foi vivamente
criticado por dirigentes iraquianos — foi o decreto de proibir temporariamente
a entrada de cidadãos de sete países muçulmanos, incluindo o Iraque, nos
Estados Unidos. O texto foi suspenso pela justiça americana, mas a Casa Branca
advertiu que está preparando um novo decreto para burlar a decisão dos
tribunais.
Neste sentido, Mattis indicou que não conhece o novo
decreto, mas disse estar convicto de que isso não afetará o inúmeros iraquianos
que trabalham com as forças americana.
Ofensiva
prossegue
No segundo dia da ofensiva contra a grande cidade do
norte, as forças federais retomaram seu avanço.
— Nossos canhões atacam intensamente as defesas do Daesh (acrônimo
árabe do grupo EI) — anunciou o chefe da Polícia Federal, Shaker
Jawdat.
As forças iraquianas retomaram no domingo quinze
localidades no caminho que leva ao aeroporto. Perto da linha de frente, nas
colinas de Al Buseif e a apenas de cinco quilômetros do aeroporto, era possível
observar intensos bombardeios e fogo de artilharia.
O anúncio desta operação foi feito quatro meses após o
lançamento de uma grande ofensiva para retomar Mossul, segunda cidade do país e
capital da província de Nínive. Após semanas de duros combates, as forças
iraquianas conseguiram em janeiro controlar a zona oriental da localidade.
As forças governamentais, formadas por soldados,
policiais e milícias, recebem o apoio da aviação da coalizão internacional
dirigida por Washington e o assessoramento de conselheiros militares
americanos.
Em primeiro lugar, a polícia federal e a Força de
Intervenção Rápida tentarão tomar o aeroporto, situado ao sul da cidade, a
oeste do Tigre, o rio que divide Mossul em dois.
Cercado no seu último grande reduto no Iraque, o EI opõe
desde 17 de outubro uma feroz resistência para defender Mossul, onde seu líder,
Abu Bakr al-Baghdadi, proclamou um califado em junho de 2014.
Por fim, a ONU e as ONGs estão se mobilizando para
socorrer os cerca de 750 mil habitantes sitiados no oeste do Mossul, afetados
pela falta de água e eletricidade e a escassez de alimentos. A ONU planeja
montar novos acampamentos ante um possível êxodo.
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