VATICANO
Igreja tem de escutar os jovens - Papa
Francisco
09 de
Fevereiro de 2017, às 13:17
Cidade do Vaticano, 09 fev 2017 (Ecclesia) - O Papa
defendeu, em entrevista divulgada hoje na Itália, que a Igreja Católica tem de
ouvir a juventude, tarefa essencial na preparação para o Sínodo de 2018, sobre
o tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’.
“Isto é importante, não só formar os jovens para escuta
mas, sobretudo, escutá-los, aos próprios jovens. Isto é uma primeira missão,
importantíssima, da Igreja: a escuta dos jovens”, assinalou durante uma
conversa com mais de 140 responsáveis mundiais de Institutos Religiosos
católicos.
O encontro decorreu em novembro de 2016, à porta fechada,
e o conteúdo da intervenção do Papa, que respondeu a várias perguntas dos
presentes, é divulgado hoje pela revista italiana dos jesuítas, ‘La Civiltà
Cattolica’, numa edição especial enviada à Agência ECCLESIA.
Francisco sustenta que o “ponto-chave” do próximo Sínodo
dos Bispos quer ser o “discernimento”, que deve ser dinâmico, como a vida.
“As coisas estáticas não dão, sobretudo com os jovens.
Quando era jovem, a moda era fazer reuniões, hoje as coisas estáticas como as
reuniões não funcionam bem”, assinala.
O Papa convida a trabalhar com os jovens no terreno,
através de “missões populares, trabalho social, ir toda as semanas distribuir
alimentos aos sem-abrigo”.
A conversa com os superiores gerais das ordens e
congregações masculinas foi completamente improvisada, com Francisco a dizer
que não temia críticas nem questões difíceis.
“As perguntas mais difíceis, no entanto, não as fazem os
religiosos, mas os jovens. Os jovens colocam-te em dificuldade, eles sim. Os
almoços com os jovens nas Jornadas Mundiais da Juventude ou noutras ocasiões,
estas situações colocam-me dificuldades, porque eles são sinceros e perguntam
as coisas mais difíceis”, confessou.
O Papa falou das dificuldades na formação de novos
sacerdotes e na chamada pastoral vocacional, que “não responde às expectativas
dos jovens”.
Francisco alertou que neste campo não se deve funcionar
com a “lógica do sucesso humano” ou do “triunfalismo”, pelo que pediu cautela
perante o “florescimento repentino e massivo” de alguns novos institutos.
A conversa abordou ainda o papel da Virgem Maria na vida
católica, sublinhando que “a verdadeira Nossa Senhora é aquela que gera Jesus”
no coração de cada crente, que é mãe, e não uma “superstar, uma protagonista
que se põe a si mesma no centro”. OC | ECCLESIA
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