QUARESMA 2017- o dom da Palavra e do outro por J. PINHO
QUARESMA
2017- o dom da Palavra e do outro por J. PINHO
É
nesta estrada que encontramos Cristo, sempre aquele Jesus de Nazaré que passou
fazendo o bem, e curando a todos, a todos acolhendo e convidando a entrar no
seu projecto de Paz e de Amor. Este Jesus, nome que quer dizer “DEUS SALVA”,
não condena, mas cura e interpela: cura os doentes e os pobres; interpela os
poderosos. A uns e a outros propõe este caminho novo de fraternidade,
construído pelos valores da não-violência, da partilha, do diálogo, da
solidariedade, que geram a Paz, a
harmonia, que por sua vez levam ao Bem Supremo, à Felicidade Suprema, no
coração do Pai Eterno.
Os
Evangelhos testemunham-nos que estar junto deste homem de Nazaré, tão humano
como nunca antes visto, derrama sobre o espírito de quem está por perto uma paz
e uma energia positiva tão intensas que a inquietação rebenta: afinal quem este
homem? O projecto que nos propõe, fantástico à partida, será viável? Terá
futuro? Mudará o coração do homem e do mundo?
Descobrir
Jesus de Nazaré, é descobrir um homem novo e um mundo novo. É receber muito
através da sua palavra e dos seus milagres… Mas também fazer como Ele faz,
fazendo juntos com Ele… É, por isso, estar prontos a dar e a dar-se…
O
Papa Francisco, ajuda-nos a descobrir, na sua mensagem, que a Palavra de Jesus
é um dom e que a pessoa do outro é tembém um dom. Palavra que “somos convidados – continua o
Papa – a ouvir e meditar com maior assiduidade neste tempo”. “Aqui – prossegue o Pontífice – queria
deter-me, em particular, na parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cfr. Lc
16, 19-31). Deixemo-nos inspirar por esta página tão significativa, que nos dá
a chave para compreender como temos de agir para alcançarmos a verdadeira
felicidade e a vida eterna, incitando-nos a uma sincera conversão.”
Na
parábola citada, “Lázaro ensina-nos que o outro é um dom. A justa relação com
as pessoas consiste em reconhecer, com gratidão, o seu valor. O próprio pobre à
porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-se e
mudar de vida. O primeiro convite que nos faz esta parábola é o de abrir a
porta do nosso coração ao outro, por que cada pessoa é um dom, seja ela nosso
vizinho ou pobre desconhecido. A Quaresma é um tempo propício para abrir a
porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo. Cada um de nós
encontra-O no próprio caminho. Cada vida que se curuza connosco é um dom e
merece aceitação, rspeito, amor. A Palavra de Deus ajuda-nos a abrir os olhos
para acolher a vida e amá-la, sobretudo quando é frágil. Mas, para se poder
fazer isto, é necessário tomar a sério também aquilo que o Evangelho nos revela
a propósito do homem rico.”
Neste personagem sem nome, intitulado apenas de “rico”,
diz Francisco, “entrevê-se dramaticamente a corrução do pecado, que se realiza
em três momentos sucessivos: o amor ao dinheiro, a vaidade e a soberba”. Já o Apóstolo Paulo nos recorda que “a raiz de
todos os males é a ganância do dinheiro (1Tm 6, 10).
O não dar ouvidos à Palavra de Deus, que é para nós um
dom, diz-nos ainda o Papa, é a raiz dos
nossos males (do rico da parábola e nossos). E continua: “isto levou-o a deixar
de amar a Deus e consequentemente, a desprezar o próximo. A Palavra de Deus é
uma força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar
de novo a pessoa para Deus. Fechar o coração ao dom de Deus que fala, tem como
consequência fechar o coração ao dom do irmão”, conclui o Papa.
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