BURKINA FASO Perseguição AIS denuncia «execução» de cristão
BURKINA FASO Perseguição
AIS denuncia «execução» de cristãos
Dez 2, 2019 - 12:07
14 pessoas morreram durante ataque a igreja protestante
A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que
Sofre (AIS) denunciou hoje a “execução” de cristãos no Burquina Faso, por
grupos jihadistas.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o secretariado português da AIS
indica que 14 pessoas morreram durante uma cerimónia religiosa que estava a
decorrer no domingo, numa igreja protestante no leste do país africano.
A AIS refere que, nos últimos tempos, tem aumentado a violência contra as
comunidades cristãs no Burquina Faso.
Em novembro, o Papa alertou no Vaticano para a violência nesta nação,
apelando ao diálogo entre autoridades civis e religiosas.
“Dirijo um pensamento especial à querida nação do Burquina Faso, que há
algum é provada pela violência recorrente e onde recentemente um atentado
custou a vida de quase cem pessoas”, disse.
A 6 de novembro, um ataque atingiu uma coluna de veículos civis e militares
que transportava trabalhadores da empresa mineira canadiana Semafo, considerado
o mais grave dos recentes atos violentos de extremistas islâmicos no Burquina
Faso.
“Confio ao Senhor todas as vítimas, feridos, numerosos deslocados e aqueles
que sofrem com essas tragédias. Apelo à proteção dos mais vulneráveis; e
incentivo as autoridades civis e religiosas e todos aqueles que são motivados
pela boa vontade a multiplicar os seus esforços, no espírito do Documento de
Abu Dhabi sobre Fraternidade Humana, para promover o diálogo inter-religioso e
a concórdia”, pediu Francisco.
O Governo português condenou “veementemente” o ataque do dia 6 de novembro,
comunicando que “acompanha com preocupação a deterioração da situação de
segurança no Burquina Faso e na região do Sahel nos últimos anos”.
O cardeal Philippe Nakellentuba Ouédraogo, bispo de Ouagadougou, declarou
ao portal ‘Vatican News’ que o país não pode “ceder a esta dinâmica, ao caos
étnico e religioso”.
Segundo os responsáveis cristãos no Burquina Faso, os ataques que “antes
tinham como objetivo o exército e as instituições estatais” assumem, cada vez
mais, um “caráter religioso e sectário, causando vítimas entre a população
civil”.
Uma das dioceses católicas mais atingidas é a de Kaya, no centro-norte,
cujas aldeias foram atacadas várias vezes, causando vítimas e destruição
material; a norte, os cristãos fugiram em massa da Diocese de Ouahigouya,
depois do ultimato dos terroristas à população.
OC
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