PAPA 2019 O ano do Papa em revista
PAPA 2019
O ano do Papa em revista
Dez 28, 2019 - 0:01 Ecclesia
Sete viagens, JMJ, combate a abusos sexuais e um Sínodo marcam
atividade de Francisco em 2019
Sete viagens internacionais, incluindo a Jornada Mundial da Juventude, uma
cimeira sobre abusos sexuais e um Sínodo especial dedicado à Amazónia marcaram
a atividade de Francisco em 2019.
A 17 de dezembro, Francisco
decidiu abolir o segredo pontifício nos casos de violência sexual e de abuso de
menores cometidos por clérigos, numa decisão considerada histórica.
Durante o último ano, o Papa
exigiu todas as dioceses criem estruturas para receber denúncias de abusos
sexuais, até 2020, na sequência da cimeira que Francisco convocou em fevereiro,
reunindo no Vaticano os presidentes das conferências episcopais de todo o mundo
e responsáveis de Institutos Religiosos e da Cúria Romana, para debater medidas de proteção a menores na Igreja Católica.
Em fevereiro, o Papa e o
grande imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb, assinaram nos Emirados Árabes Unidos a Declaração
de Abu Dhabi, apresentada como “histórica”, pelo Vaticano, que condena o
terrorismo e a intolerância religiosa; a aproximação ao Islão continuou
em Marrocos.
Francisco passou depois pela
Bulgária e Macedónia do Norte, a terra natal de Madre Teresa de
Calcutá, bem como pela Roménia, onde prestou homenagem aos católicos
perseguidos durante o regime comunista.
Em 2019, o Papa regressou a
África, para deixar mensagens em favor dos mais pobres e pela paz,
numa viagem a Moçambique, Madagáscar e Maurícia.
A última visita internacional
teve como destinos a Tailândia e o Japão, viagens inéditas marcadas por apelos contra as armas nucleares e a exploração
das pessoas.
O ano tinha começado com a
celebração da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Panamá; a JMJ 2019 abriu caminho para a primeira edição
internacional acolhida por Portugal, que vai acontecer no verão de 2022,
em Lisboa.
Ainda em 2019, o Papa presidiu
a um consistório para a criação de cardeais, entre eles
D. José Tolentino Mendonça, e foi celebrada a canonização de frei Bartolomeu dos Mártires,
arcebispo português do século XVI.
O quarto Sínodo do atual pontificado, dedicado à região
pan-amazónica, foi acompanhado por várias críticas à presença de símbolos
indígenas e ao debate que decorreu no Vaticano, do qual saiu a proposta de ordenação sacerdotal de diáconos
casados; no final da assembleia, o Papa disse que a Igreja tem de ouvir o
“grito dos pobres” e questionou a hipocrisia de quem despreza o seu próximo.
No plano interno, prossegue o
trabalho que visa reforma da Cúria Romana, com destaque para as várias medidas
na administração económico-financeira da Santa Sé e do Estado do Vaticano: o
jesuíta Juan Antonio Guerrero Alves assumiu a liderança da Secretaria para a
Economia e Carmelo Barbagallo, dirigente do Banco da Itália, passou a presidir
a Autoridade de Informação Financeira (AIF), no centro de um inquérito por
alegada corrupção em operações imobiliárias; Francisco aprovou ainda os novos
estatutos do ‘Banco do Vaticano’, o Instituto para as Obras de Religião,
introduzindo auditoria externa.
Simbolicamente, por ocasião do
105º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, o Papa abençoou no Vaticano
uma escultura que retrata migrantes de todos os
tempos, destinada à Praça de São Pedro, com o objetivo de lembrar o “desafio
evangélico do acolhimento”; já na sua mensagem de Páscoa, Francisco tinha questionado a
indiferença de quem ignora os conflitos e injustiças que afetam milhões de
pessoas em todo o mundo, pedindo o fim dos “muros”.
Este foi ainda o ano em que o
Papa assinou a exortação ‘Cristo Vive’, propondo aos jovens a uma
vida dedicada aos outros, na sequência do Sínodo de 2018, e em que a Igreja
Católica celebrou um mês missionário extraordinário, em outubro.
Para 2020 está prevista a
presença do Papa num encontro com bispos da Europa, Ásia e África para falar
sobre as migrações, a 23 de fevereiro, na cidade italiana de Bari.
Em março do próximo ano, Assis
acolhe um encontro sobre ‘A economia de Francisco’, que visa reunir estudantes
e empresários de todo o mundo, incluindo uma delegação portuguesa.
Já em maio, o Vaticano acolhe
um encontro mundial de profissionais ligados ao ensino, convocado pelo Papa com
o objetivo de promover um “pacto educativo global” centrado na fraternidade e
proteção do planeta.
OC
Comentários
Enviar um comentário