Uma juventude audaciosa por ARMANDO SOARES




Estamos vivendo num mundo cheio de atropelias, sem respeito pelas pessoas humanas, sem respeito para com Deus, sem respeito pela Natureza, sem respeito pela ecologia. A Palavra que se pode aplicar em quase todas as dimensões é: a ausência de valores, e a destruição da natureza. Pode o homem sentir-se feliz neste ambiente que criou para si e para os demais? Ou terá simplesmente, esquecido ou posto de lado os valores autênticos? Mata-se, rouba-se, esfaqueia-se, há civis que aparecem com armas da tropa, e o outro não passa de um inimigo a abater, caso seja obstáculo para fazermos o que nos apetece… Isto vai mesmo lindo! Há os que lutam mas com armas desiguais e protecções desiguais e há-os que simplesmente acabam por se demitir de lutar. E o número de suicídios aumenta e perpetrados das maneiras mais incríveis, que se possa imaginar. Valerá a pena viver neste “inferno” que serve bem os interesses de quem não tem uma alma para salvar, nem contas a dar a ninguém. O homem sem destino é um bêbado em trajes menores ou puramente nu que retalia, resmunga, e manda tudo para aquela banda! É um pobre Job, lançado na pocilga da mãe terra, sem qualquer possibilidade de respirar felicidade, ou dizer amor!

 O desafio que se impõe aos cristãos é o de mergulhar na fé, de descobrir Deus, de se lançar numa dimensão de infinito e de sagrado, para não ficar apalermado perante esta situação de tragédia que se nos apresenta. Bento XVI  - um Papa optimista e duma serenidade impressionante, apesar dos 85 - perante todos estes degredos do mundo, escreveu aos jovens católicos para lhes pedir que levem a vida com alegria, “elemento central da experiencia cristã”, e que a levem a este mundo marcado pela tristeza e as inquietações.
“O verdadeiro cristão nunca está triste ou desesperado, mesmo diante das provas mais duras, e a alegria cristã não é uma fuga da realidade, mas uma força sobrenatural para enfrentar e viver as dificuldades quotidianas”, refere o Papa na mensagem para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Do passado dia 1 de Abril e publicada a 27 de Março.

Segundo Bento XVI, o actual contexto de crise - e paranóia -faz com que muitos jovens precisem de sentir que “a mensagem cristã é uma mensagem de alegria e esperança”. “O mal não tem a última palavra sobre a nossa vida”, frisa. O Papa faz votos para que os mais novos sejam movidos por um “espírito de serviço” e não pela “busca do poder, do êxito material e do dinheiro”. A celebração da JMJ decorreu este ano a nível diocesano no Domingo de Ramos, dia 1 de abril; a próxima celebração internacional está marcada para 2013, no Rio de Janeiro, Brasil. A este respeito, Bento XVI confessa que a “memória do encontro de Madrid, no último mês de agosto”, continua “muito presente” no seu coração.

O Papa parte da experiência destes grandes acontecimentos (mais de 2 milhões na JMJ 2011) para sublinhar que a Igreja “tem a vocação de levar a alegria ao mundo, uma alegria autêntica e duradoura”.
“Na realidade, todas as alegrias autênticas, as pequenas do dia a dia sejam ou as grandes da vida, têm a sua origem em Deus”, refere o texto papal, admitindo que as novas gerações se questionem sobre a possibilidade de chegar a uma “alegria plena”.

Bento XVI reflecte ainda sobre a ligação entre alegria e amor, observando que “amar significa constância, fidelidade, ter fé nos compromissos”. Não falta por aí quem diga que a juventude está desaparecendo da Igreja. Nem sempre será tal e qual. O Papa Woijtilla foi um homem de Deus e de grande visão. Quem e onde conseguiria juntar dois milhões de jovens, a ouvir a Palavra de Deus, a cantar, em festa, em partilha de fé, congregados de todo o mundo?! Só a Igreja! Só um Santo. Para ser dignos desta confiança há que confiar e dinamizar a juventude. E é certo que os pântanos que corrompem a juventude vão escasseando e tornando-se demasiado baixos e indignos para o jovem que tem brio em ser jovem. Creio nesta juventude audaciosa e renovadora.

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