CERNACHE DO BONJARIM SÃO NUNO “O simples gesto de amor, cria uma onda sem fim”, por P. CESÁRIO FRANCISCO KALEY

TESTEMUNHAS de misericórdia
CERNACHE DO BONJARIM SÃO NUNO  “O simples gesto de amor, cria uma onda sem fim”,  por P. CESÁRIO FRANCISCO KALEY
S. Nuno de Santa Maria

Quando me pediram para escrever sobre a festa de São Nuno, em Cernache do Bonjardim, pensei logo:que hei-de dizer? Procurei entrar na vida de São Nuno e encontrei dois traços que o caracterizam:
  Guerreiro, com uma espiritualidade sincera e profunda, caracterizada pelo
  Homem de uma vida intensa de oração e absoluta confiança no amor à eucaristia e à Virgem Maria.
São Nuno, ao descobrir na sua vida que o que destrói um homem é a sabedoria sem carácter e compromisso sem dever moral, fez questão de procurar não aspirar à grandeza nem à honra, mas, simplesmente escolher o caminho da humildade e da pobreza para viver o amor. É a feliz coincidência com o ´testamento de Jesus´: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”(Jo13,31-33ª), tema do V domingo da Páscoa, num olhar de um Jesus que não deixa a terra, bens… mas simplesmente o mandamento do “Amor”. Então, entendi visitar o meu facebook e deparei com essa história de “amor” o  que me levou a reajustar o título deste artigo:
“Um simples gesto de amor cria uma onda sem fim” Era uma família de quatro membros. O avô fazia anos. A sua companheira e os dois netos decidiram fazer compras, inclusive o bolo para o aniversariante. Já dentro do mercado, a neta entusiasmada, decide escolher o bolo do seu querido avô. Porém, o dinheiro não chegava e a família via-se obrigada a deixar o bolo na impossibilidade de o pagar.
 Ao lado, um jovem  acompanhou toda a cena. Comovido, fez questão de pagar o bolo, seguir a família pobre a casa e oferecer-lhes o bolo. Entretanto, o jovem lembrou-se do gesto que tinham tido para com ele na sua infância,  quando se encontrava no Super Mercado com a sua mãe para comprar o bolo do seu aniversário. Foi nesse instante, diz o jovem, a companheira do aniversariante, que contou o que se havia passado com ele dizendo: que conheceu um cavalheiro que nunca tinha visto, oferecendo-lhe o bolo para a sua festa de 7 anitos. O menino desejava agradecer e conhecer o seu nome, mas nunca mais o encontrou.
A avó, agradece o gesto do jovem, mas, o jovem é que agradece… Nesses gestos de agradecimentos, avó pede o contacto telefónico, na eventualidade de devolver o valor que custou bolo, mas ele, deixa uma mensagem à neta a quem deu o bolo: “…Prometa-me uma coisa ok? Um dia, quando tiver a capacidade de ajudar os outros, ajude-os sem reserva nem recompensa… Promete?” A neta prometeu… E o jovem foi-se embora. Ao chegar a casa disse a neta ao aniversariante, escolhi o seu bolo favorito e o outro neto diz: vamos pôr velas… O avô já debilitado numa cadeira de rodas, agradeceu. Mas, em seguida disse a sua companheira que não precisava gastar dinheiro… Respondeu ela, na verdade foi um homem de bom coração que o comprou… E aproxima-se a neta com a mensagem que lhe havia  deixado: “Um simples gesto de amor cria uma onda sem fim”. Foi então que o avô se lembrou da história, das suas palavras, da sua acção e do bem que havia feito. Um acto de amor deixa marcas inextinguíveis no coração do homem. E foi dessa forma que o jovem conseguiu agradecer por ter encontrado razões. São Nuno descobriu a grandeza do amor, viveu o ideal da santidade, renunciando às honras, escolheu o caminho da humildade, da pobreza e da obediência na perspectiva de servir os irmãos pelos caminhos da conversão e do testemunho.
Passou pelo mundo fazendo o bem. Empenhou-se em servir a pátria com dignidade e servir os pobres e oprimidos como quem serve Jesus. Ele continua a ser fonte de inspiração para todos, tanto quanto, os que servem o País. Soube servir, soube ser fiel e sábio administrador. É santo e o santo é o testemunho mais esplêndido da dignidade conferida ao discípulo de Cristo.
A santidade não é possível sem o compromisso da justiça e sem a solidariedade com os oprimidos e também com a participação generosa e inteligente no desenvolvimento sustentável. A celebração de São Nuno moveu homens, mulheres e crianças em cortejo festivo, unidade e comunhão, da Igreja Matriz, para o seminário das Missões. Depois seguiu-se a eucaristia celebrada por D. Antonino Eugénio Fernandes Dias, bispo da diocese. As autoridades locais ornamentaram a vila com fitas decorativas, flores e imagens diversas de São Nuno Álvares Pereira.
Nos arredores do Seminário das Missões, realizou-se o mercado dos produtos da terra nomeadamente: doçaria e queijo. Na tarde não faltaram danças folclóricas. A romaria de São Nuno, pretende perpetuar no tempo a memória do grande santo e o seu legado, sua dedicação à Igreja e aos necessitados. A Igreja de modo nenhum deixaria de venerar seus santos que serviram a Deus mediante o seu empenhamento generoso nas actividades políticas e do governo.

No sistema político e democrático a vida desenvolve-se com envolvimento activo responsável e generoso da parte de todos. São Nuno interpela-nos no exercício dos direitos e deveres de cidadania. A sua paixão pela vida de humildade e pobreza expressando o amor, continua a fazer milagres, a arrastar multidões criando comunhão entre os irmãos. in VM junho 2016 p. 5

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