AMAZÓNIA/ indígena abatido
AMAZÓNIA/ indígena abatido
Brasil. Militante indígena abatido por madeireiros recebera ameaças de morte
Brasil. Militante indígena abatido por madeireiros recebera ameaças de morte
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Paulo Paulino, ontem abatido por um grupo de madeireiros,
bebendo água recolhida na folha de uma árvore Ueslei Marcelino, Reuters |
Paulo Paulino, o índio
guajajara que na sexta feira foi abatido, juntamente com um companheiro,
recebera várias ameaças de morte devido à sua militância na defesa da floresta
amazónica. A polícia, informada das ameaças, não tomara qualquer medida.
As autoridades
brasileiras confirmaram a morte de
dois militantes indígenas, um dos quais o mediático Paulo Paulino, anteontem,
na reserva de Arariboia, Estado do Maranhão. A Associação de Povos Indígenas do
Brasil (APIB) precisou que Paulino foi abatido com um tiro na cabeça. Além do
companheiro morto, um outro foi ferido e hospitalizado.
Os três faziam parte do grupo
"Guardas da floresta", que tomou nas suas mãos a defesa da Amazónia
contra as expedições ilegais de madeireiros ou de incendiários, que têm
devastado com particular intensidade em Arariboia.
O grupo foi criado em 2012,
perante a passividade das autoridades policiais, que fechavam os olhos à
recorrente actividade das várias empresas desflorestadoras. Um dos métodos da
milícia indígena consistia em destruir os acampamentos ilegais de madeireiros.
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Paulo Paulino, em treino, no passado mês de setembro
Foto de Uesli Marcelino,
Reuters
Por esse motivo, os membros da milícia em geral e especialmente Paulino tinham recebido sucessivas ameaças de morte. O coordenador do Conselho de Mediação Indígena do Maranhão, Gilderlan Rodrigues, comentou a este respeito que "o trabalho deles [dos "Guardas da Floresta"] incomoda os que querem pilhar o território".
É conhecida a seriedade das
ameaças de morte, que ainda recentemente se traduziram no assassínio do
coordenador do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis, Roberto
Cabral.
Ainda assim, a polícia
informada das ameaças não tomou qualquer medida para a protecção dos
ambientalistas indígenas. Depois de consumado o duplo homicídio desta semana, o
ministro da Justiça, Sérgio Moro, veio prometer no Twitter investigação e castigo dos assassinos.
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