Jornadas / Igreja evangelizadora


Jornadas / Igreja evangelizadora
A missão na ação evangelizadora da Igreja
NOVEMBRO 2019  in Boa Nova p.17


OMP/JOÃO CLÁUDIO

Por Augusto Farias
Este foi o tema e a linha orientadora das Jornadas Missionárias vividas nos dias 28 e 29 de Setembro em Fátima como forma de preparar o Outubro Missionário Especial pedido pelo Papa Francisco, e também para quase concluir o Ano Missionário que os nossos bispos nos propuseram para vivermos de Outubro de 2018 a Outubro de 2019.
Infelizmente mais uma vez foi o barómetro da nossa débil vivência missionária em Portugal. Houve dioceses que nem se fizeram representar, e de outras, nem os responsáveis pela animação missionária dessas igrejas particulares estiveram presentes no ano que supostamente a preocupação missionária deveria ter tocado a todos em ordem ao compromisso evangelizador da Igreja. Não chegaram a 200 os participantes.
Mas foi bom para o grupo que se reuniu. Para além do encontro dos amigos empenhados nesta causa que periodicamente partilham a sua paixão pela missão, foi uma ocasião para amadurecermos
o nosso compromisso. Abriu as Jornadas D. Manuel Linda bispo do Porto e Presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização que retomou o espírito aberto pelo decreto Ad Gentes do Vat. II dizendo-nos que a Missão não é uma simples opção ou escolha pessoal mas uma exigência da fé batismal. É da intimidade e da comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e também da comunhão duns com os outros, a Sua Igreja, que nasce o dinamismo de mostrar e dar Deus ao mundo.
A segunda partilha foi-nos dada pelo Professor e teólogo Eloy Bueno de la Fuente, um dos grandes teólogos de Fátima, que nos falou da Missão como “intimidade itinerante”. O núcleo central do mistério de Deus parte do Seu próprio ser, dum Deus itinerante, missionário. Um Deus sempre em caminho. Um Deus que é Missão. É da relação íntima, pessoal e comunitária com Ele, que brota o dinamismo evangelizador da Igreja concretizado nas Igrejas locais.
Da parte da tarde foi o P. José Antunes, missionário do Verbo Divino, que nos conduziu para a construção do grande projeto duma Igreja intercultural onde, quando os muros são derrubados, se engrandece a comunidade cristã e se vive e celebra um Deus universal e não apenas eurocêntrico. Cristo com a sua Morte e Ressurreição deitou abaixo esses muros. A nós cabe entrar dentro dessa dinâmica pela nosso conversão e exercício de convivência e partilha.
A tarde terminou com a sempre surpreendente intervenção de D. António Couto, Bispo de Lamego, que colocou o grupo em estado de Pentecostes “na escuta do vento”, do “ekos” nunca programado que tanto agita os que estão dentro de casa como aqueles que estão na praça, e os lança para a novidade que o Espírito vai criando na Igreja.
A noite, como sempre, foi de partilha de irmãos que ouvindo o chamamento foram em Missão: Timor Leste, Angola e S. Tomé e Príncipe. Foi Missão de curta duração, (de um a sete meses) mas que
deixou rasto em quem partiu e em quem acolheu. Os jovens deram um tom festivo e de esperança. Isso foi enriquecedor.
Na manhã de Domingo a reflexão esteve a cargo de D. José Cordeiro, Bispo de Bragança/Miranda. O tema “Da Eucaristia à Missão. Para uma pastoral missionária “em saída”, podia resumir-se na
expressão usada pela presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil: “Se o coração não arde, os pés não andam”. É do dinamismo da Liturgia, celebração e vivência da salvação de Jesus, que brota o dinamismo que os leva a sair e até a dar vida pelo Deus que nos amou primeiro.
As jornadas terminaram com a Missa do envio presidida por D. José Cordeiro e com o compromisso de cada um ser fermento de dinamismo missionário onde vive. •


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