COMUNIDADES PERFEITAS Reencontro por Teófilo Minga
COMUNIDADES PERFEITAS
Reencontro por Teófilo Minga
Introdução
Carissimos amigos ,
Ontem fui visitar uma
Irmã que conhecia do Quénia ha 25 anos. Depis disso tinha-a visto uma vez em
Espanha, há uns 12 ou 13 anos. E agora em Roma. Encontros espaçados. Por isso
mais gosto teve o nosso encontro de votos de bom ano, ontem à tarde. E falamos
muito. Também sobre a vida religiosa na Igreja. E concretamente sobre a vida
religiosa feminina, cujas comunidades eu imaginava "perfeitas".
Dentro da amizade que nos une quase me chamou ingénuo dizendo-me que podem não
ser assim tão "perfeitas".
Comparto este poema
com algumas Irmãs minhas amigas dizendo-lhe de um modo mais realista que
caminhamos todos para a perfeição evangélica. (ou contra a perfeição
evangélica).
Abraço a todos e todas
e bom ano ainda.
Depois disto apresto-me
a dar a minha volta ao "Laghetto" aqui ao pé da nossa casa geral: uma
hora de passeio que a médica me aconselha cada dia.
Amanhã estarei voando
para Madrid para o encontro dos Formadores dos cursos de renovação marista em
Mansian (Itália) e Escorial (Espanha).
Abraço
Teófilo
Tantos, muitos anos depois,
Encontro com a Irmã Piedad;
Algumas horas, nós os dois,
Desfiamos na simplicidade,
Memórias do passado,
Na mesa, ali, lado a lado! (1)
Dizemos que o tempo não para.
Que verdade tão evidente!
Como vai a escola de Ishiara, (2)
Onde encontramos tanta gente
Eram caminhos que metiam medo,
Só pedras e aqui e além um penedo! (3)
Mais tarde, foi por terras de Espanha,
Com a responsabilidade de Provincial;
Nessa altura, eu ali na verde-montanha
Por terras de San
Lorenzo del Escorial.
Eram as tarefas de cultivada formação
Que nos preocupavam muito, então. (4)
E hoje os dois por terras romanas,
Sempre fieis ao nosso Deus e Senhor,
Procurando nas atitudes mais humanas,
Servi-lo, servindo os irmãos com amor.
Não é fácil, quando tanta resistência
Toca os religiosos em sua existência. (5)
São muitas, muitas as dificuldades. (6)
Mas não desanimamos no caminho.
Serviremos com a melhor das vontades,
Pondo sempre e em tudo o maior carinho,
Para que seja mais visível a glória de Deus.
Vamos criar na terra um cantinho dos céus!
Teófilo,
Roma, 9 de janeiro de 2018
1) Refiro-me a
um (re)encontro com a Irmãs Piedad Pacho, Superiora geral das Irmãs
Agostinianas Missionárias que não via há mais de 10 anos.
2) Ishiara é
um povoado no distrito de Embu, no Quénia. Aí as Irmãs Agostinianos
Missionárias têm uma Escola Secundária. Nos “velhos tempos” de Nairobi, nos
anos de 1986 a 1996 encontramos aí, pela primeira vez estas Irmãs. A Irmã
Piedad era a Diretora da Escola e alguns Irmãos Maristas davam uma colaboração
pastoral, sobretudo na celebração da Semana Santa. Os Irmãos José Maria Ferre,
Luis Sobrado, Teófilo Minga e Jack Gonzalez por aí andaram animando algumas
Semanas Santas.
3) Os caminhos
para Ishiara não eram estradas de primeira mão, às quais estamos acostumados
aqui na Europa. Temos que nos carregar de paciência para conduzir nesses
caminhos. E a distância pouco diz para as horas que devemos tomar para fazer
uns tantos quilómetros. Quando não ficas atascado, em tempos de chuva, até que
te venham ajudar. É uma aventura conduzir naqueles caminhos. Mas nem por isso
deixavam essas horas de ser de alegria e boa disposição. Estávamos
“insculturados” para conduzir naqueles caminhos sem perdermos a paciência. No
fundo, conservamos boas memórias desses tempos e da colaboração que tínhamos
com as Irmãs Agostinianas dessa escola.
4) Já mais
tarde, talvez por 2004 e 2005 encontrei a Irmã Piedad no Escorial. Os dois
andávamos por terras de Espanha em diferentes funções. Ela Provincial de
Espanha, eu trabalhando em formação no nosso Centro de Espiritualidade Marista
no Escorial. É precisamente desse tempo que eu não via a Irmã Piedad.
5) E
finalmente nos encontramos em Roma para nos desejarmos Bom Ano 2018. Foi um
reencontro interessante à volta de uma meda tomando uma taça de café. E o
grande tema da conversa só poderia ser a Vida Religiosa hoje: formação, vida
comunitária, consagração, apostolado, missão…
6) Ingenuamente,
eu pensava que só as Comunidades de homens religiosos tinham problemas. Ao
conversar com a Irmã Piedad dei-me conta que também no mundo religioso feminino
há alguns problemas. Era talvez a minha benevolência em pensar que a mulher
religiosa é sempre muito perfeita. A Irmã Piedad trouxe-me um pouco à
realidade. Disse-lhe que do “muito perfeito” eu baixava apenas uns degraus, mas
que continuava a admirar a presença extraordinária das Irmãs, na sua missão e
espiritualidade, no mundo e na Igreja. Tenho-as sempre eem grande estima e em
grande admiração.
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