PERU Papa em Puerto Maldonado para encontro com povos da Amazónia
PERU
Papa em Puerto Maldonado para
encontro com povos da Amazónia
Jan 19, 2018 - 13:38
Primeiro ato público em solo peruano sublinha preocupação com o
futuro das comunidades indígenas
Foto: Lusa |
O Papa Francisco deixou hoje a capital do Peru para visita a
região oriental de Puerto Maldonado, onde se vai encontro com povos da
Amazónia, sublinhando a sua preocupação com o futuro das comunidades indígenas
locais.
Milhares de
peruanos acompanharam o percurso do Papa, em automóvel, pelas ruas da capital
do país sul-americano, até ao aeroporto de Lima.
Francisco chegou a
Puerto Maldonado, no sudeste do Peru, cerca de 90 minutos depois, num A319 da
companhia LATAM decorado com a hashtag #elvuelodeFrancisco.
No aeroporto
internacional ‘José Aldámiz’, o Papa foi recebido pelo vigário apostólico de
Puerto Maldonado, D. David Martínez de Aguirre Guinea, por autoridades civis,
por 150 crianças e um coro.
Três crianças
ofereceram flores a Francisco e um grupo de jovens executou danças tradicionais
para o Papa, que seguiu de carro para o coliseu ‘Madre de Dios’, onde decorre o
encontro com milhares de representantes dos povos da Amazónia.
Puerto Maldonado,
cerca de 850 quilómetros a leste de Lima, é a capital da região Madre de Dios,
no Peru, e abriga cerca de 38 mil habitantes; Francisco vai almoçar ali com
representantes dos povos nativos de vários países da região.
O presidente da
Comissão Episcopal para a Amazónia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), cardeal Cláudio Hummes, cardeal Cláudio Hummes, acompanha os encontros
como fundador e presidente da REPAM – a
rede eclesial que reúne ordens, congregações, movimentos e realidades ativas
nos nove territórios com área amazónica: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador,
Guiana, Guiana-Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.
“A decisão do Papa
Francisco de encontrar-se com indígenas da Pan-Amazónia em Puerto Maldonado é
um dos gestos mais significativos de seu pontificado, porque é um forte apelo
em favor dos povos originários da Amazónia e também um renovado empenho no
cuidado com a nossa Casa Comum”, sustentou o cardeal brasileiro.
O almoço com os
representantes dos povos da Amazónia vai decorrer no Centro Pastoral
‘Apaktone’, palavra que na língua harakbut significa “papá ancião”.
A designação foi
atribuída ao padre José Álvarez, missionário dominicano que chegou ao Peru em
1917 e se distinguiu pela defesa dos povos indígenas amazónicos.
Para os
responsáveis católicos na região, a viagem pontifícia é “fundamental” para a
preparação do Sínodo especial para a região pan-amazónica convocado pelo
pontífice para outubro de 2019.
“O povo indígena
amazónico tem um clamor, uma reivindicação: as suas terras ancestrais estão a
ser cada vez mais invadidas. Os seus territórios naturais, dos seus
antepassados, são cada vez mais reduzidos”, afirmou o porta-voz do Vicariato
Apostólico de Puerto Maldonado (Peru) para a visita papal, padre Manuel Jesús
Romero, citado pelo portal de notícias do Vaticano.
Segundo o
sacerdote, as vidas destes indígenas “correm perigo”.
O programa da
viagem ao Peru, onde o Papa chegou na tarde desta quinta-feira, prossegue
depois em Lima, onde Francisco se vai encontrar, pelas 16h45 (21h45 em Lisboa)
com autoridades políticas, representantes da sociedade civil e com o membros do
corpo diplomático, no Palácio do Governo, seguindo-se visita de cortesia ao
presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski.
Como tem acontecido
em várias das suas viagens ao estrangeiro, o Papa vai encontrar-se em privado
(22h55 em Lisboa) com membros da Companhia de Jesus, na igreja de São Pedro.
A igreja, Santuário
nacional do Sagrado Coração de Jesus, foi construída em meados do século XVI
pela Companhia de Jesus.
OC
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