SANTIDADE O Espírito Santo e a vocação à santidade
SANTIDADE
O Espírito Santo e a vocação à
santidade
São
palavras do Papa João Paulo II, na véspera do dobrar do ano 2.000: “A Igreja
quer suscitar em cada fiel um ardente
anseio de santidade, um forte desejo de conversão
e de renovamento pessoal”.
Já é
lugar comum, e infelizmente real, falar no “vazio
interior”, na “crise espiritual da
Igreja”, na “busca do efémero”, “do
fugaz”, “na tortura do vazio” que invade as pessoas que tentam pensar, num
mundo dominado pela superprodução, pelo consumismo e pelo prazer. Muitas
comunidades cristãs são varridas por um esgotamento de energias, pela força
duma tradição não questionada, duma resignação nada evangélica, duma paralisia
que manifesta uma vida cristã enfermiça. Os projectos que se fazem, estão longe
da vitalidade e da força, da garra que tinham os cristãos das primeiras
comunidades.
Estamos
dominados pela mediocridade, quando o Evangelho de Jesus Cristo apela sempre
para o máximo, como meta a atingir: “orai sem cessar”, “sede perfeitos como o
Pai do céu é perfeito”, “entrai pela porta estreita”, “amai-vos como Eu vos
amei”, “amai os vossos inimigos”, “Ide por todo o mundo”…! O meio termo do
Evangelho, encontra-se sempre no extremo. A Igreja renova-se no máximo de
serviço à humanidade.
A
santidade brota da iniciação baptismal. É dom do Espírito à sua Igreja. A
palavra de Jesus é: “Ide fazer discípulos
todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo e ensinando-os a cumprir tudo o que vos mandei”. Cabe aos cristãos
deixar-se conduzir pela força do Espírito, como a guitarra se deixa arrastar
pelas mãos do artista! S. Máximo, no séc. IV, ensinava: “ A pessoa humana tem
duas asas: a liberdade e a graça”. Deus põe as virtudes e dons no coração do
homem, mas este deve empenhar-se com suas fadigas e suores para ser fiel.
Os
apelos do Grande Jubileu, dirigidos à Igreja pelo Espírito estão na linha da conversão e do empenhamento pessoal, num clima de oração cada vez mais intensa e
de ampla solidariedade para com o próximo: nos Seminários, nas casas
religiosas, na espiritualidade conjugal, num modus vivendi cada vez mais evangélico. Hoje ora-se menos que no
passado pois, diz-se “não há tempo para
rezar”, ou “rezar é tempo perdido”.
Mas não o será aquele que dedicamos à discoteca, ao não-fazer-nada, ao
tempo-de-crítica-destruidora, ao tempo-que-não-dedicamos-à-família ou aos
filhos, abandonando-os ao meio em que se vive, de poucos ou nenhuns valores?!
As
pessoas andam atordoadas pelo barulho da vida moderna, pela azáfama de mil
coisas urgentes, numa correria desenfreada, seduzidos pela TV, pela Internet,…
vivem fora de si mesmos. Paul Claudel, na noite da sua conversão, olhando para
Jesus Cristo com “olhos novos”,
exclamava: “Eis que, de repente,
Senhor!... sois ALGUÉM!”
Certas
pessoas queixam-se de não verem na Igreja de hoje santos como Santo Agostinho,
São Tomás de Aquino, Santa Catarina de Sena, Santa Teresa de Ávila, Santa
Teresinha do Menino Jesus,… Mas a verdade é que hoje há Teresa de Calcutá,
Padre/s Américo/s, João XXIII, João Paulo II,… há novas estrelas, novos
mártires, novos santos!
Teresa
de Calcutá, que se desdobrou em vida pelos mais necessitados, deixou na hora da
sua morte, a sua mensagem: “não seremos julgados pelo número de obras
meritórias que tenhamos feito nem pelo número de diplomas que tenhamos
recebido… Seremos julgados pelo amor que tivermos posto nas obras e nos
gestos”.
E,
numa noite de tempestade e no meio de leprosos, ao pé do rio Ganges, Teresa
escreveu esta canção à vida:
“A
vida é oportunidade. Aproveita-a.
“A
vida é beleza. Admira-a.
“A
vida é felicidade. Saboreia-a.
“A
vida é um hino. Canta-o.
“A
vida é combate. Trava-o.
“A
vida é tragédia. Domina-a.
“A
vida é uma aventura. Arrisca.
“A
vida é alegria. Merece-a.
“A
vida é vida. Defende-a.”
Conversão,
renovação pessoal, empenhamento, solidariedade para com os necessitados,
entrosamento da santidade pela oração da vida, são fortes e urgentes apelos a
todos os cristãos, no fim deste milénio.
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