DEUS Papa Francisco: “O Big Bang não contradiz Deus, o exige”
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Francisco: “O Big Bang não contradiz Deus, o exige”
Bergoglio rejeita que a origem do mundo seja “obra do
caos”, e sim de “um poder supremo criador do amor”
El Papa caminha em frente a uma imagem da virgem no Vaticano. / AP |
Há três anos, o papa Bento XVI
advertiu que, ao contrário do que sustentava o físico
Stephen Hawking em seu
último livro, O Grande Projeto, Deus
continua sendo necessário para explicar a origem do universo. “Não devemos
permitir”, disse Joseph Ratzinger na ocasião, “que nos limitem a mente com
teorias que sempre chegam só até certo ponto e que, se observarmos bem, não
estão em competição com a fé, mas não conseguem explicar o sentido último da
realidade”. E agora foi seu sucessor, o papa Francisco,
quem voltou a insistir nessa tese: “O Big Bang, a teoria científica que hoje
explica a origem do universo, não contradiz a intervenção criadora divina, pelo
contrário, a exige”.
Jorge Mario Bergoglio pronunciou
essas palavras durante a inauguração, na segunda-feira, de um busto de bronze
do papa emérito instalado na Casina Pio IV, sede da Pontifícia Academia de
Ciências. Francisco louvou a figura de Ratzinger – que desde a sua abdicação,
em fevereiro de 2013, vive recolhido a um monastério do Vaticano – reiterando
sua grande formação teológica, filosófica e também científica. “Seu amor pela
ciência”, disse Bergoglio, “observa-se em sua preocupação com os cientistas,
sem distinções de raça, nacionalidade, civilização e religião; na preocupação
com a Academia, desde quando são João Paulo II o nomeou membro. Ele soube
honrar a Academia com sua presença e com sua palavra, e nomeou muitos dos seus
membros. E nunca se poderá dizer que o estudo e a ciência tenham minguado sua
pessoa e seu amor a Deus e ao próximo, pelo contrário, que a ciência, a
sabedoria e a oração dilataram seu coração e seu espírito”.
Em sua intervenção aos acadêmicos
presentes, o papa Francisco salientou a responsabilidade dos cientistas,
“sobretudo dos cientistas cristãos”, de se interrogarem sobre o futuro da
humanidade e do mundo: “Vocês estão confrontando o tema altamente complexo da
evolução do conceito de natureza. Não entrarei, e vocês compreenderão, na
complexidade científica dessa importante e decisiva questão. Quero somente
sublinhar que Deus e Cristo caminham conosco e estão presentes também na
natureza, como afirmou o apóstolo Paulo no discurso no Aerópago: ‘Em Deus
vivemos, nos movemos e existimos’. Quando lemos no Gênese a narração da Criação
podemos cair no perigo de imaginar que Deus era um mago, com uma varinha mágica
capaz de fazer todas as coisas. Mas não é assim. Ele criou todos os seres e os
deixou que se desenvolvessem segundo as leis internas que deu a cada um para
que chegasse a sua plenitude”. E insistiu: “O princípio do universo não é obra
do caos, e sim decorre diretamente de um poder supremo criador do amor”
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