ONU pediu mil milhões de dólares para combater o ébola e só recebeu cem m
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ONU
pediu mil milhões de dólares para combater o ébola e só recebeu cem mil
17/10/2014 - 08:43 P
Conselho de Segurança critica insuficiência da resposta
internacional na luta contra a epidemia. |
ONU pediu mais ajuda internacional para conter a
propagação do ébola em África JAMES GIAHYUE
/ REUTERS
O
fundo para o qual a ONU pediu que os Estados-membros doassem mil milhões de
dólares (780 milhões de euros) para combater o ébola só recebeu ainda cem mil
(78 mil euros), revelou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticando a
falta de solidariedade a nível mundial.
O
fundo foi lançado a 16 de Setembro pelo Gabinete de Coordenação dos Assuntos
Humanitários das Nações Unidas, que avisou ser esse o montante necessário para
conter o vírus durante os seis meses seguintes. Um mês depois, apenas a
Colômbia contribuiu directamente para o fundo, segundo os dados da ONU.
Nas
últimas semanas foram doados cerca de 285 milhões de euros para combater o ébola na África ocidental – onde se situam
os países mais afectados pelo ébola –, mas esse dinheiro foi sobretudo
canalizado através de agências da ONU ou organizações não-governamentais
locais, diz a AFP. Para além desta quantia foram prometidos 159 milhões de
euros adicionais, mas que ainda não chegaram às Nações Unidas, segundo a
Reuters.
No
entanto, o enviado especial da ONU para o ébola, David Nabarro, insistiu esta
quinta-feira que o fundo permite “flexibilidade na resposta à crise que cada
dia traz novos desafios”. "Temos esperança de que nos próximos dias e
semanas iremos ver mais países a investir no fundo, usando este mecanismo para
apoiar a resposta coordenada da ONU no terreno", acrescentou o enviado
especial.
O
secretário-geral da ONU afirmou que a falta de apoio para o combate ao ébola “é
um problema muito sério” e apelou à solidariedade mundial. “É tempo de os
países que têm realmente capacidade garantirem apoio financeiro e logístico”
para conter o vírus, que já provocou 4500 vítimas mortais, principalmente na
Libéria, Guiné-Conacri e Serra Leoa.
O
Conselho de Segurança da ONU já tinha avisado esta semana que “a resposta da
comunidade internacional foi, até ao momento, insuficiente” e aprovou por
unanimidade uma declaração em que apelava aos países-membros para que “acelerem
de maneira espectacular a ajuda financeira e material” aos países mais
atingidos.
Os
alertas foram partilhados por outros líderes mundiais esta semana, que disseram
que a doença viral “é a mais grave urgência sanitária dos últimos anos”.
A
revelação feita por Ban Ki-moon despertou um coro de críticas à resposta
internacional à epidemia do ébola. Kofi Annan, antigo
secretário-geral da ONU, disse estar “altamente desapontado” com a forma como
tem sido conduzido o processo. “Se a crise tivesse atingido outra região,
provavelmente teria sido tratada de forma muito diferente”, disse durante o
programa BBC Newsnight.
Para
o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, o apoio ao combate ao ébola “não
se trata de uma questão de o fazer ou não”. “É apenas uma questão de quando é
que pagaremos o preço por isso”, avisou, durante uma conferência organizada
pela Reuters. “Os países têm de apoiar o fundo da ONU, têm de se chegar à
frente e pôr [nele] dinheiro imediatamente”, apelou Kim.
A
morte de um homem infectado em Dallas e a contaminação de duas das enfermeiras
que o trataram têm aumentado a preocupação nos EUA.
A
Casa Branca também autorizou o envio de reservistas do Exército para a África
ocidental para ajudar nos esforços de contenção da epidemia e que se vão juntar
ao contingente de 4800 soldados norte-americanos que já estão a caminho da
região. João Ruela Ramos, com a devida vénia
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