IRAQUE Jihadistas cometem crimes contra a humanidade, afirma ONU

IRAQUE
Jihadistas cometem crimes contra a humanidade, afirma ONU
O documento também denuncia o comportamento das forças governamentais iraquianas

Menino segura bebê como os curdos sírios, fugindo de ataque pelo Estado Islâmico
jihadista (EI) do grupo, antes de tentar atravessar a fronteira entre a Síria e Turquia
02/10/2014 - 11h13 - Atualizado em 02/10/2014 - 11h14 | Agência Estadocorreiopontocom@rac.com.br  
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Os jihadistas do grupo Estado Islâmico cometeram crimes de guerra e contra a humanidade, segundo um relatório das Nações Unidas publicado nesta quinta-feira.
O documento também denuncia o comportamento das forças governamentais iraquianas.
Segundo o representante especial do secretário-geral da ONU para o Iraque, Nickolay Mladenov, existe um número surpreendente de violações dos direitos humanos no norte iraquiano.
O texto, de 29 páginas, analisa fatos ocorridos entre 6 de julho e 10 de setembro.
"O alcance das violações dos direitos humanos e dos abusos realizados pelo EI e os grupos armados associados é surpreendente, e muitos desses atos podem podem ser considerados crimes de guerra e crimes contra a Humanidade", afirma também o Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, o jordaniano Zeid Ra'ad al Hussein. "Essas violações aos direitos humanos, aparentemente sistemática e estendidas, incluem ataques diretos contra civis e infraestruturas civis, execuções, além de assassinatos de civis, sequestros, estupros e outras formas de agressões sexuais e físicas contra mulheres e crianças, e o recrutamento forçado de crianças", indica o relatório, elaborado com ajuda da Missão da ONU no Iraque (UNAMI) e o Alto Comissariado dos Direitos Humanos.
Segundo o estudo, etnias e grupos religiosos iraquianos são atacados de forma intencional e sistemática para que sejam eliminados das zonas controladas pelo EI. "O relatório é aterrador", enfatiza Mladenov.
O documento enumera também as violações por parte das forças governamentais iraquianas e grupos armados afins. São citados os ataques aéreos e bombardeios da artilha, que não levam em conta os princípios de distinção e proporcionalidade estabelecido pelo direito humanitário internacional.
Os autores do estudo pedem a Bagdá que faça sua adesão ao Estatuto de Roma, o que permitirá que o Tribunal Penal Internacional (TPI) possa julgar esses crimes. Segundo um balanço da UNAMI, ao menos 9.347 civis morreram de forma violena no Iraque durante 2014, e 17.386 ficaram feridos. Mais da metade dessas cifras se deve à ofensiva lançada em junho pelo EI. Pelo menos 1.119 iraquianos foram mortos em todo o país em setembro, de acordo com o balanço, que não inclui as vítimas da província de Al-Anbar (oeste) nem aqueles que foram mortos nas fileiras dos jihadistas.
A UNAMI apresentou um saldo de pelo menos 854 civis e 265 membros das forças de segurança mortos no mês passado. Também ficaram feridas cerca de 2.000 pessoas.

O saldo é menor do que os registados em julho e agosto (1.737 e 1.420, respectivamente), que também não incluíam a província de Al-Anbar. Nesta província ocorreram alguns dos episódios mais violentos em setembro, com ataques jihadistas contra bases militares, onde centenas de pessoas poderiam ter morrido.
Acredita-se ainda que muitos mortos não foram registados e que há centenas de pessoas desaparecidas em todo o país.O Iraque enfrenta uma forte ofensiva liderada pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que assumiu o controle de muitos territórios, cometendo várias atrocidades. A UNAMI indica que não tem sido capaz de contar os mortos por razões ligadas à violência, à falta de água, alimentos e medicamentos, especialmente entre os desabrigados. CORREIO POPULAR Campinas

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