SIRIA KOBANE Apesar de ataques aéreos, jihadistas se espalham por Kobani


SIRIA
KOBANE  Apesar de ataques aéreos, jihadistas se espalham por Kobani
Presidente turco diz que cidade síria na fronteira com a Turquia está prestes a cair nas mãos do Estado Islâmico


Forças turcas patrulham da estrada na fronteira entre Turquia e Síria, enquanto uma coluna de fumaça é vista subindo de Kobani após um ataque aéreo - Lefteris Pitarakis / AP


POR  / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
 / ATUALIZADO 07/10/2014 10:47 BEIRUTE
 O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta terça-feira que a cidade síria curda de Kobani, na fronteira com a Turquia, está prestes a cair nas mãos do Estado Islâmico (EI) e defendeu uma operação militar terrestre para deter o grupo extremista. Apesar dos ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos, os jihadistas avançaram para o sudoeste de Kobani, um dia após terem tomado três bairros na região leste. Os combates dentro e ao redor da cidade deixaram ao menos 400 mortos em três semanas.— O terror não parará até cooperarmos para uma operação terrestre — declarou Erdogan ante refugiados sírios em um acampamento de Gaziantep. — Os meses se passaram e não conseguimos nenhum resultado. Kobani está prestes a cair.
O número de mortos inclui combatentes curdos e jihadistas e também civis, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), um grupo de monitoramento com sede em Londres. A ONG afirmou ter documentado 412 mortes a partir de fontes in loco, mas o número real seria provavelmente o dobro.
Nos últimos confrontos, o OSDH relatou que os jihadistas haviam cruzado um bairro do sudoeste, tomando muitos edifícios. Os intensos combates teriam forçado o recuo dos extremistas nos distritos do leste, segundo a organização.
Aviões de guerra que teriam sido enviados pela coalizão internacional atingiram nesta terça-feira posições do EI. Da fronteira turca, era possível escutar disparos da cidade e ver duas bandeiras do Estado Islâmico no leste de Kobani. Testemunhas relataram várias explosões e colunas de fumaça de supostos bombardeios aéreos. Mais de 160 mil sírios, principalmente curdos, fugiram da cidade recentemente.
A perspectiva de que Kobani, a terceira maior cidade curda na Síria, caia nas mãos dos militantes aumentou a pressão sobre a Turquia, que tem o Exército mais poderoso da região, para se juntar à coalizão internacional na luta contra o EI.



Segundo um oficial do alto escalão curdo Asya Abdullah à Reuters, falando de dentro da cidade, os extremistas estavam usando armas pesadas e lançando projéteis. O Estado Islâmico quer tomar Kobani para consolidar uma ampla conquista de território no norte da Síria e do Iraque, em nome de uma versão absolutista do Islã sunita, que vem abalando o Oriente Médio.

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